Só pode pixar quem não é pixador: artifícios capitalistas de criminalização e capitalização no universo da pixação
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v18i3.2498Resumen
O presente trabalho tem como objetivo apresentar como a pixação, expressão que parece escapar a todas as estratégias e artifícios para seu controle, vem passando por um processo duplo: de um lado, o aumento do cerco que visa a combater a sua atuação na cidade, através da intensificação da criminalização; de outro, a apropriação artificial de sua estética singular por marcas que desejam alimentar um estilo de vida jovem, descontraído, urbano, por meio do consumo. A abordagem se inicia com uma discussão sobre o atual momento do capitalismo e o modo como ele atua na estetização da vida cotidiana. A partir daí, é apresentado como grafite e pixação, embora guardem a mesma origem, seguem, especialmente no Brasil, percursos muito distintos e intrinsecamente relacionados à sua assimilação estética. Com isso, chega-se aos exemplos das apropriações da estética da pixação pelas marcas Nike e Chilli Beans, observando-se, assim, que o que se busca eliminar são os pixadores e sua atuação descontrolada, e não a estética da pixação.
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