Por uma epistemologia do barranco como afronta do saber
O amor, a nostalgia e o sonho em uma periferia
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i3.28325Palabras clave:
Barranco, Escrevivência, Escrita de Si, Periferia, EnsaioResumen
Poderiam ser tomadas, como fenômenos comunicacionais de saberes localizados, as rememorações de um sujeito-pesquisador acerca de seu passado? Neste texto, de tom mais ensaístico e redigido em bloco único, utilizo o relato de um índice de subjetividade sobre minha infância em uma periferia como estratégia de “escrevivência” (Evaristo, 2018), a trafegar por três materialidades que saltam dos escritos: o amor, a nostalgia e o sonho. Pensando minhas vivências em meio a uma geografia do barranco, lanço-me na empreitada de alçar essa categoria – o barranco – a uma dimensão de epistemologia que afronte formas ortodoxas de saber, responsáveis por anularem outras mais dissonantes e preteridas nos eixos chancelados de conhecimento. Pelo caminho traçado, este texto experimenta ser uma metodologia em andamento de sua própria proposta, chamando ainda para a conversa referenciais que andam de mãos dadas com esse saber periférico.
Descargas
Citas
BESSA-OLIVEIRA, Marcos Antônio. Epistemologias fronteirizas em arte e cultura periféricas – “paisagens” descoloniais através da arte. Temporal: Prática e Pensamento Contemporâneos, Brasília, v. 2, n. 4, 2018, p. 55-72. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/temp/article/view/27099. Acesso em: 14 nov. 2023.
BOYM, Svetlana. The future of nostalgia. Estados Unidos: Basic Books, 2001.
BOYM, Svetlana. Mal-estar na nostalgia. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 10, n. 23, 2017, p. 153-165. Disponível em: https://doi.org/10.15848/hh.v0i23.1236. Acesso em: 19 nov. 2023.
BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo: crítica da violência ética. Recurso eletrônico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
DIAS, Emmanuelle; AQUINO, Talita Iasmin Soares; VIEIRA, William David (Orgs.). A ciência em condição liminar: deslocamentos epistemológicos nas pesquisas em Comunicação. Belo Horizonte: Selo Editorial PPGCOM UFMG, 2022. Disponível em: https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/a-ciencia-em-condicao-liminar/. Acesso em: 11 nov. 2024.
EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Recurso eletrônico. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.
GEHLEN, Arnold. A felicidade evadida: uma interpretação da nostalgia. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 10, n. 23, 2017, p. 142-152. Disponível em: https://doi.org/10.15848/hh.v0i23.1235. Acesso em: 19 nov. 2023.
GRISALES, Sandra Patricia Arenas; COIMBRA, José César. Altares espontâneos de memória: entre ruínas e reivindicações. In: MUSSE, Christina Ferraz; MEDEIROS, Theresa; HENRIQUES, Rosali. Nostalgias e memórias no tempo das mídias. Florianópolis; Juiz de Fora: Editora Insular; Editora UFJF; Selo Pesquisa em Comunicação e Sociedade – PPGCOM UFJF, 2020, p. 499-520.
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, s. l., n. 5, p. 7-41, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773. Acesso em: 6 out. 2023.
hooks, bell. Tudo sobre o amor: novas perspectivas. São Paulo: Editora Elefante, 2020.
JESUS, Likem Edson Silva de. Por uma transição epistemológica insurgente: reflexões sobre a produção do conhecimento e as realidades possíveis a partir da periferia urbana. Intratextos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 86-101. Disponível em: https://doi.org/10.12957/intratextos.2020.59916. Acesso em: 14 nov. 2023.
KILOMBA, Grada. Descolonizando o conhecimento. Goethe-Institut; Mostra Internacional de Teatro (MITsp). São Paulo, 2016.
LÉVINAS, Emmanuel. Entre nós: ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1997.
LIANKE, Yan. Que cuando esta epidemia acabe nos quede la memoria. El País, Madri, 20 mar. 2020, s. i. Disponível em: https://elpais.com/cultura/2020/03/20/babelia/1584729446_793122.html. Acesso em 07 nov. 2023.
MARTINS, Bruno Guimarães; VIEIRA, William David. Nossas pequenas ruínas, nossas formas de vida. Asas da Palavra, s. i., v. 20, n. 2, 2023, p. 144-160. Disponível em: https://revistas.unama.br/index.php/asasdapalavra/article/view/3244/1888. Acesso em: 11 nov. 2024.
MARTINS, Bruno Guimarães; VIEIRA, William David. Reflexões sobre cartografia a partir do pesquisador-fenômeno: redesenhando Ouro Preto (MG/Brasil) por uma escrita autoetnográfica. Questões Transversais, São Leopoldo, v. 12, s. i., 2024a, p. 1-13. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/questoes/article/view/26479. Acesso em: 11 nov. 2024.
MORICEAU, Jean-Luc. A virada afetiva como ética: nos passos de Alphonso Lingis. In: PRATA, Nair; PESSOA, Sônia Caldas (Orgs.). Desigualdades, gêneros e comunicação. São Paulo: Intercom, 2019, p. 41-49.
RIBEIRO, Sidarta. O oráculo da noite: a história e a ciência do sonho. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
RICOEUR, Paul. O si-mesmo como um outro. Campinas, SP: Papirus, 1991.
SCHMIDT, Simone Pereira. Posfácio: a força das palavras, da memória e da narrativa. In: EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Recurso eletrônico. Rio de Janeiro: Pallas, 2018, p. 409-423.
SEDGWICK, Eve Kosofsky. Un diálogo sobre el amor. Madrid: Editorial Alpuerto, 2019.
SOARES, Lissandra Vieira; MACHADO, Paula Sandrine. “Escrevivências” como ferramenta metodológica na produção de conhecimento em Psicologia Social. Psicologia Política, Florianópolis, v. 17, n. 39, 2017, p. 203-219. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v17n39/v17n39a02.pdf. Acesso em: 1º set. 2022.
VIEIRA, William David. “Inunda-me, tempestade de imagens!”: experiências estéticas melancólicas e o elogio da ruína pelas videocolagens de Mamma Mia, de Potyguara Bardo. In: Anais do XXX Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – Compós, 2021, p. 1-20. Disponível em: https://proceedings.science/compos/compos-2021/papers/-inunda-me--tempestade-de-imagens----experiencias-esteticas-melancolicas-e-o-elogio-da-ruina-pelas-videocolagens-de-mamm. Acesso em: 14 nov. 2023.
VIEIRA, William David. Localizando experiências comunicacionais de melancolia: implicações de pesquisa, miradas epistemológicas e limites de abordagem. In: ITALIANO, Carla; VILAÇA, Gracila; FRANCISCO, Rafael. Ainda assim nos levantamos: IV Colóquio Discente Diálogos e Convergências. Recurso eletrônico. Belo Horizonte, MG: Fafich; Selo Editorial PPGCOM/UFMG, 2022, p. 361-376. Disponível em: https://seloppgcomufmg.com.br/publicacao/ainda-assim-nos-levantamos/. Acesso em: 11 nov. 2024.
VIEIRA, William David. Sensibilidade melancólica, uma epistemologia de afronta. Belo Horizonte, 2024b. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024b. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/68808. Acesso em: 11 nov. 2024.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 William David Vieira
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.