Mulheres que não cabem na tela: a (in)visibilidade periférica na publicidade de utilidade pública sobre a Covid-19
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i1.27618Palavras-chave:
(in)visibilidade; Mulheres negras; Covid-19; Interseccionalidade; Publicidade Social de Interesse Público.Resumo
A pandemia de Covid-19 escancarou as desigualdades atreladas ao gênero. São as mulheres que estão à frente dos cuidados em casa e nos hospitais, sofrem com o aumento da violência doméstica e são atingidas de maneira mais severa pela crise econômica. A estas assimetrias somam-se as produzidas em razão de raça e classe, cujos efeitos só se tornam visíveis a partir de uma perspectiva interseccional. É basilar que as mulheres, sobretudo as negras e pobres, deveriam estar entre as prioridades da comunicação pública em tempos de pandemia. Neste artigo, com base em noções semióticas, analisaremos as campanhas sobre Covid-19 veiculadas pelo Governo Federal no site do Ministério da Saúde em 2020. O objetivo é compreender se e como essas mulheres ganham visibilidade nas peças e em que medida esta comunicação, que deveria se pautar pelo interesse público, contribui para enfrentar os problemas cotidianos.
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