A besta sanguinária do iluminismo e o monstro multitudinário -- ou o mito da democracia contra a democracia --

Autores/as

  • Rodrigo Guéron

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v15i2.897

Resumen

Este artigo parte de um caso específico, qual seja, a maneira como professores universitários, acadêmicos “especialistas”, convidados por um programa de televisão da principal corporação de comunicação do Brasil, se puseram a julgar às revoltas dos países árabes -- especialmente a egípcia -- para mostrar como as origens da violência ocidental moderna está exatamente nesta postura do homem ocidental de se apresentar com o mais racional dos seres que já andou sobre a terra. Em outros termos, veremos como, paradoxalmente para alguns, está no iluminismo, mito fundador da liberdade e da democracia moderna, as origens dos maiores ataques e ameaças à democracia e à liberdade e das mais terríveis formas de violência produzidos no coração da sociedade ocidental moderna e contemporânea. Veremos então que a irracionalidade não é um passado da Razão a ser superada com o progresso desta, e sim aquilo que se produz no processo mesmo de afirmação da racionalidade. Veremos também que a democracia tem muito mais a ver com o fato da liberdade, com algo que é socialmente produzido e precisa se atualizar cada vez (ainda que se possa constituir uma memória democrática ativa), do que com estruturas de poder construídas na afirmação da Razão como um princípio transcendente a hierarquizar homens e sociedades.

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Publicado

2013-01-08

Cómo citar

Guéron, R. (2013). A besta sanguinária do iluminismo e o monstro multitudinário -- ou o mito da democracia contra a democracia --. Revista Eco-Pós, 15(2), 16–27. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v15i2.897