Semiotical blues: artifícios da temporalidade nostálgica

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v18i3.2490

Resumen

O artigo reflete sobre o artifício da temporalidade na cultura contemporânea. Partimos de um encontro “pré-etnográfico” com um baile da saudade, tradicionais festas da cidade de Belém, caracterizadas pela remasterização de musicas dos anos 1970 a 1990 e por modos peculiares de sociabilidade para discutir o a persistência de uma sensibilidade nostálgica, estruturante dos tecidos intersubjetivos contemporâneos. A partir de um tipo-ideal, ao qual chamamos de semiotical blues, procuramos compreender os elementos estruturantes dessa sensibilidade nostálgica: o artifício da sua temporalidade narrativa, ou melhor, a sua temporalidade como um artifício narrativo. Utilizamos como referenciais centrais, na condução de nossa reflexão, o pensamento de M. Heidegger sobre a temporalidade quotidiana, o de J. Derrida sobre a questão da “metafísica da presença” e a perspectiva fenomenológica de A. Schutz, na percepção das reservas de experiência e das estruturas de pertinência presentes nos processos intersubjetivos e que, assim, compõem a cultura.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Fabio Fonseca de Castro, Universidade Federal do Pará

Doutor em sociologia pela Universidade de Paris V e pós-doutor pela Universidade de Montreal. Professor do Programa de Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia e da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Pará.

Citas

AGOSTINHO (Santo) Confessions, XI. Paris: Flammarion: 1964.

ARISTOTELES. Física, IV. In: remacle.org. Disponível em: remacle.org/bloodwolf/.../Aristote/phys4.htm. Consultado em: 12/07/2015.

BLATTNER, WILLIAM D. Existential temporality in Being and Time (Why Heidegger is not a pragmatist). In: Hubert DREYFUSS & Harrisson HALL (Eds.) Heidegger: a critical reader. Cambridge, Massachussets: Basil, Blackwell, 1992, pp. 99-129.

BRIAND, Michel. Question de cohérence et de cohésion dans la poésie mélique grecque archaïque ; la transition entre discours d'actualité et récit mythique. In: Anna JAUBERT (dir.), Cohésion et cohérence. Études de linguistique textuelle, 2005. Disponível em: http://books.openedition.org/enseditions/140. Consultado em: 12/07/2015.

BRISSON, Luc. Platon, Les mots et les mythes. Paris: La Découverte, 1982.

CROW, Grahan P. & ALLAN, Graham. Community types, community typologies and community time. In: Time & society, vol. 4, no 147 (1995), pp.147-166.

DAMATTA, Roberto. O Ofício de Etnólogo, ou como Ter “Anthropological Blues”. In: NUNES, Edson de Oliveira (org.). A Aventura Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. pp. 23-35.

DERRIDA, Jacques. De la grammatologie. Paris: Minuit, 1967.

_________Marges de la philosophie. Paris: Minuit, 1972.

_________ A voz e o fenômeno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

DEVILLAINE, Olivier. Traço (verbete). In: ANTONIOLI, Manola (dir.) Abécédaire de Jacques DerridaParis, Sils Maria / Vrin, 2006, pp. 207-209.

GARFINKEL, Harold. Studies in ethnomethodology. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice-Hall, 1967.

GIDDENS, Anthony. Social theory and modern sociology. Stanford, Califórnia: Stanford University Press, 1987.

GOFFMAN, Erving. The neglected situation. In: American Anthropologist (1964), vol. 66, t. 6, pp. 133-136.

GUMPERZ, John & HYMES, Dell (eds.). Directions in sociolinguistics: The ethnography of communication. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1972.

HAAR, Michel. La pensée et le moir chez Heidegger. Les dons et les épreuves de l'être. In: Revue de métaphysique et de morale, vol 4 (1975), pp. 456-483.

HYMES, Dell. Introduction: Toward ethnographies of com¬ munication. In: American Anthropologist, vol. 66, t. 1¬34, 1964.

HUSSERL, Edmund. Die Lebenswelst. Auslegungen der vorgegebenen Welt un ihrer Konstituition. Texte aus dem Nachlass (1916-1937). Dordrecht: Springer, 2008.

JAMENSON, Frederic. Pós-modernimo. A lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 1993.

JOLY, Henry. Le renversement platonicien. Logos, épistèmè, polis (Bibliothèque d' histoire de la philosophie). Paris: Vrin, 1974.

KIBEDI-VARGA, Aaron. Le récit postmoderne. In: Littérature, n° 77, fev. 1990.

LÉVINAS, Emmanuel. La trace de l'autre. In: LÉVINAS, Emmanuel, “En découvrant l'existence avec Husserl et Heidegger” Paris: Vrin, 1967.

LYOTARD, Jean-François. La Condition postmoderne. Rapport sur le savoir. Paris: Minuit, 1979.

________ Moralités postmodernes. Paris: Galilée, 1993.

MEAD, George H. The philosophy of the present. La Salle, Illinois: Open Court, 1959.

PLATÃO. Carta VII. In: Diálogos. Vol. V. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1975.

PLOTINO. Ennéades. Paris: Hachette, 1857. Disponível em: http://remacle.org/bloodwolf/philosophes/plotin/enneade6.htm. Consultado em 10/07/2015.

RAMOS TORRE, Ramón. Time's social metaphors. An empirical research. In: Time & society, vol. 16, no 2/3 (2007), pp.157-187.

SACKS, Harvey. On the analysability of stories by children. In: John J. GUMPERZ & Dell HYMES (eds), Directions in sociolinguistics. : The ethnography of communication. Nova York: Holt, Rinehart and Winston, 1973.

SCHUTZ, Alfred. Phenomenology of the social world. Evanston: North-western, 1967.

SIMMEL, Georg. The metropolis and mental life. In: Donald Levine (org.), On individuality and social forms. Chicago: University of Chicago Press, 1971, pp. 340-48.

________ Essays on interpretations in social sciences. Manchester: Manchester University Press, 1980.

VAN LOON, Jost. A cultural exploration of time. Some implications os temporality and mediation. In: Time & society, vol 5, no. 1, pp.61-84.

Publicado

2015-12-28

Cómo citar

Fonseca de Castro, F. (2015). Semiotical blues: artifícios da temporalidade nostálgica. Revista Eco-Pós, 18(3), 103–115. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v18i3.2490