A fábula da câmera invisível na escola e o regime contemporâneo de imagens

Autores/as

  • Cláudia Linhares Sanz Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v18i2.2286

Resumen

Resumo

Um menino de nove anos rouba a carteira de um colega dentro de sala e sua professora, como solução ao problema de indisciplina, inventa uma câmera invisível. Como base nesse evento, o artigo discute de que modo o atual regime das imagens participa, de modo importante, da crise de instituições disciplinares como a escola, relacionando mecânicas de confinamento -- que tradicionalmente caracterizavam tal instituição -- às dinâmicas fluidas, efetivadas nos territórios fora dos muros escolares. A “fábula da câmera-invisível” -- sustentada nessa escola pela justificativa de uma espécie de estado de exceção produzido por um pequeno furto -- abre, dentro da perspectiva apresentada, reflexões e questionamentos não apenas acerca dos diagramas atuais da vigilância (dentro da escola), mas de que modo tais modulações deslocam e transformam aquilo que foi possível pensar como regime moderno de visibilidade.

Palavras- chave: escola- vigilância distribuída -visibilidade

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Cláudia Linhares Sanz, Universidade de Brasília (UnB)

Doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense com pesquisa no Instituto Max Plank de História da Ciência em Berlim; Mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense; Pós-Graduada em Fotografia pela Universidade Cândido Mendes; jornalista graduada pela Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área da imagem e educação, com ênfase em fotografia, subjetividade e tecnologia, pesquisando e lecionando principalmente os seguintes temas: teoria e história da imagem; leitura e produção da imagem; educação e práticas midiáticas; estética e linguagem fotográfica moderna e contemporânea. Atualmente é professora e pesquisadora da Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília e professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UNB). Coordena o Laboratório Audiovisual da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. Líder do

Citas

Agamben, Giorgio. O que é um dispositivo In O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.

Aquino, Julio Groppa (Org.). Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1996.

Ariès, Philippe. Os progressos da disciplina. In História Social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2000.

Benjamin, Walter. As passagens. Belo Horizonte: Editora UFMG; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006.

Bruno, Fernanda. Estética do flagrante: controle e prazer nos dispositivos de vigilância contemporâneos. Revista Cinética. Rio de Janeiro, 2008.

___________. Máquinas de ver, modos de ser: vigilância, tecnologia e subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2013

Chauí, Marilena. A contração do tempo e o espaço do espetáculo. Palestra proferida em 2 de setembro 2010 Café Filosófico https://www.youtube.com/watch?v=1uxcFHTDOjw

Deleuze, Gilles. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. In Conversações: 1972-1990, Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

___________. Foucault. São Paulo: Editora Brasiliense, 1988.

Delors, Jacques (Coord.). Educação, um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Porto: Asa, 1996.

Foucault, Michel. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

___________. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1997.

Fuchs, Christian. Como podemos definir vigilância? In Revista Matriz. São Paulo, 2011: 109-136.

Kant, Immnuel. Sobre pedagogia. Tradução de Francisco Cock Fontenella. Piracicaba: Editora Unimep, 1999.

Linhares Sanz, Cláudia. A potência da imagem e o acontecimento na escola. In: Leda Maria Rangearo Fiorentini (Org.). Estilos de aprendizagem, tecnologias e inovações na educação. 1 ed. Brasília: UnB, 2013: 79-86.

Melmam, Charles. O homem sem gravidade: gozar a qualquer preço. Entrevistas por Jean-Pierre Lebrun. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2003.

Miller, Jacques-Alain. A máquina panóptica de Jeremy Bentham. In Tadeu, Tomaz (Org.) O panóptico / Jeremy Bentham. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

Sibilia, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

Tadeu, Tomaz (Org.) O panóptico / Jeremy Bentham. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

Türcke, Chrisoph. Sociedade Excitada: filosofia da sensação. Campinas: editor Uincamp, 2010.

Publicado

2015-10-27

Cómo citar

Sanz, C. L. (2015). A fábula da câmera invisível na escola e o regime contemporâneo de imagens. Revista Eco-Pós, 18(2), 119–133. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v18i2.2286