“No intenso agora”, de João Salles ou como domesticar o acontecimento

Autores

  • Cezar Migliorin Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i1.16085

Resumo

O artigo analisa o filme “No intenso agora” (2017), de João Moreira Salles.  Nos concentramos na discussão sobre a compreensão de 68 como um acontecimento, no sentido de tratar-se de um evento com consequências subjetivas que não cessam de nos interrogar politicamente e que operam verdadeiros desvios nas formas sensíveis e nos modos de entender a sociedade. Pensando sobretudo a montagem do filme, nos perguntamos como a obra esvazia e domestica a história de modo a negar o acontecimento. 

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Referências

“Atenção, a menor linha de fuga pode fazer explodir tudo” (GUATTARI, 1985, p. 56)”

“um acontecimento é um entrecruzamento inesperado de uma variedade de processos. Esses processos econômicos, históricos, culturais e subjetivos, em um determinado momento, motivados por elementos mínimos, produzem uma faísca que opera como um grande desvio em cada um deles” (BRUNO e MIGLIORIN 2013, p.7).

“Maio de 68 é da ordem de um acontecimento puro, livre de qualquer causalidade normal ou normativa. A sua história é uma “sucessão de instabilidades e de flutuações amplificadas”. Houve muitas agitações, gesticulações, falas, besteiras, ilusões em 68, mas não é isso que conta. O que conta é que foi um fenômeno de vidência, como se uma sociedade visse, de repente, o que ela tinha de intolerável, e visse também a possibilidade de outra coisa.” (DELEUZE, 2015, p. 119)

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Publicado

09-07-2018

Como Citar

Migliorin, C. (2018). “No intenso agora”, de João Salles ou como domesticar o acontecimento. Revista Eco-Pós, 21(1), 176–184. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i1.16085

Edição

Seção

Dossiê