A imagem incurável

Autores

  • Tarek Elhaik

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v19i2.4120

Resumo

Com base em dois anos de observação participante no mundo das artes da Cidade do México, o autor empreende um diálogo entre curadoria e antropologia contemporâneas, criticando o antropocentrismo de práticas de curado- ria globais ancoradas em constelações pós-coloniais. Procede assim à investigação da figura do Curador e da clínica do Curador através do amplo registro etimológico invocado pelo conceito de curadoria: cura, cuidado, sacerdote, edição/montagem/assemblage (a cura di), curare (veneno, phármakon) e o incurável. Esse artigo centra-se em um estudo de caso: Teratoma, plataforma curatorial da cidade do México cujo nome alude à corrente atração exercida pelo patológico e pelo inorgânico sobre a prática curatorial e a arte contemporânea. O presente capítulo argumenta que, ao dispor de forma ambivalente imagens de distúrbios, intrusão e desorganização no organismo vivo e no cor- po político, Teratoma desafia a orientação organicista das práticas curatoriais dominantes. O estilo crítico e clínico da prática do Teratoma sugere a relevância continuada do tropo da intrusão como condição mesma do pensamen- to curatorial interessado em aproveitar a natureza tóxica e terapêutica do incurável em prol de uma saúde por vir. 

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Publicado

16-09-2016

Como Citar

Elhaik, T. (2016). A imagem incurável. Revista Eco-Pós, 19(2), 125–139. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v19i2.4120