No Círio de Nazaré, as filhas da Chiquita também fazem a festa: resistência, conflitos e reinvenção de uma urbe amazônica
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i3.12377Abstract
Realizado desde 1793, em Belém, Pará, o Círio de Nazaré é uma das maiores festas religiosas do mundo. Nos anos 1970, os frequentadores do Bar do Parque, ícone da boêmia paraense, inspiraram-se no movimento que lutava pelos direitos dos homossexuais nos anos 60, e criaram o que hoje é conhecida como a Festa da Chiquita, elemento profano mais polêmico do Círio. Voltada para o público LGBT, a festa já passou por vários conflitos e sofre com a tentativa constante de desvinculá-la do evento religioso. Buscamos refletir sobre a relação dessa manifestação cultural com a cidade de Belém, levando em conta sua capacidade de transformá-la e produzir novas experiências sensíveis. Nossa estrutura teórica baseia-se em Maffesoli (2009), com a noção da vida cotidiana como obra de arte e sua capacidade de agregação; La Rocca (2015), sobre a construção de uma poética capaz de (re)desenhar os ambientes urbanos; e a ideia de Harvey (2014) sobre o direito à cidade principalmente para as pessoas oprimidas.Downloads
References
Referências
Fontes bibliográficas e literárias
ALVES, Isidoro. O carnaval devoto: um estudo sobre a Festa de Nazaré, em Belém. Petrópolis, RJ: Vozes, 1980.
ALVES, Regina. Círio de Nazaré: Da taba marajoara à aldeia global. 2002. 212 p. Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal do Pará e Universidade Federal da Bahia. Programa de Mestrado Interinstitucional em Comunicação e Cultura Contemporâneas.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 2013.
CANCLINI, Néstor García. Arte fora de si. In: A sociedade sem relato. São Paulo: EDUSP, 2012.
CASTRO, Fábio Fonseca de. A cidade sebastiana: Era da borracha, memória e melancolia numa capital da periferia da modernidade. Belém: Edições do Autor, 2010.
FERNANDES, Phillippe Sendas de Paula. Em Belém, o vai e vem da fé: jornais, memória e Círio de Nazaré. 2013. 102 p. Trabalho de conclusão de curso (Comunicação Social -- Jornalismo) -- Faculdade de Comunicação, Universidade Federal do Pará.
FIGUEIREDO, Silvio Lima. Círio de Nazaré, festa e paixão. In: FIGUEIREDO, Silvio Lima (Org.). Círio de Nazaré: festa e paixão. Belém: EDUFPA, 2005, p. 19-39.
HARVEY, David. A visão de Henri Lefebrve. In: Cidades rebeldes. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
JURANDIR, Dalcídio. Belém do Grão-Pará. Belém: EDUFPA; Rio de Janeiro: Casa Rui Barbosa, 2004.
LA ROCCA, Fabio. A encenação do corpo e suas formas expressivas na cidade. In: SIQUEIRA, Denise (Org.). A construção social das emoções. Porto Alegre: Sulinas, 2015.
MARANHÃO, Haroldo. Rio de raivas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.
MAFFESOLI, Michel. Ética da estética. In: O mistério da conjunção. Porto Alegre: Sulina, 2009.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. O homem que achou a Santa: Plácido José de Souza e a devoção à Virgem de Nazaré. Belém: Alves Gráfica e Editora, 2009.
RIBEIRO, Milton. “Eu sou a filha da Chiquita Bacana...”: notas antropológicas sobre a Festa da Chiquita em Belém do Pará. Gênero na Amazônia, v. 6, p. 183-212, 2014. Disponível em: http://www.generonaamazonia.ufpa.br/edicoes/edicao-6/artigos/9_Eu_Sou_a_Filha_da_Chiquita.pdf Acesso em 10 jun. 2016.
ROCQUE, Carlos. História do Círio e da Festa de Nazaré. Belém: Mitograph, 1981.
SARGES, Maria de Nazaré. Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1870-1912). Belém: Paka-Tatu, 2000.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço. São Paulo: EDUSP, 2008.
Fontes documentais
IPHAN. Círio de Nazaré: Dossiê I. Rio de Janeiro: IPHAN, 2006.
Fontes audiovisuais e fonográficas
BRASIL, Priscilla. As Filhas da Chiquita. Brasil: Greenvision, 2006. 52 min.
VELOSO, Caetano. A Filha da Chiquita Bacana. In: VELOSO, Caetano. Muitos Carnavais. Rio de Janeiro: PolyGram/Philips, 1989. 1 CD. Faixa 3.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.