Cidades Invisíveis:

apropriação e (in)visibilidade nas fotografias de Mishka Henner

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i3.27753

Palavras-chave:

fotografia contemporânea, estética da invisibilidade, apropriação artística, Google Maps, Google Earth

Resumo

O presente estudo tem como objeto as fotografias do sociólogo e artista belga Mishka Henner. As imagens analisadas neste artigo estão relacionadas a uma narrativa acerca das invisibilidades da cidade contemporânea. Tais imagens são apropriadas através dos dispositivos Google Maps e Google Earth. Pode-se inferir que a invisibilidade apresenta-se na obra de Henner em três principais dimensões: a social, na qual indivíduos se tornam socialmente invisíveis por não possuírem lugar de fala; política, quando governantes decidem ocultar imagens da cidade ou pela não percepção (sensível ou visual) de certas particularidades da imagem, como o apagamento das faces dos personagens. Sendo a fotografia um campo privilegiado de onde pode-se observar certos fenômenos sociais e comunicacionais, refletir acerca da fotografia por dispositivos tecnológicos contemporâneos e os processos de invisibilidade imagética nas cidades mostra-se estratégico na atualidade.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elaine Trindade, Universidade do Minho

Elaine Trindade é doutoranda na Universidade do Minho, em Portugal. É bolseira de investigação pela Fundação para a  Ciência e a Tecnologia (FCT). É investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS), na Universidade do Minho, onde participa de pesquisas no projeto “Memories, cultures and identities: how the past weights on the present-day intercultural relations in Mozambique and Portugal?” e no Museu Virtual da Lusofonia.

Fernando Lopes, Universidade do Minho

Fernando Augusto Silva Lopes é doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho, em Portugal. É investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) onde desenvolve pesquisas a cerca da imagem digital. É membro do Museu Virtual da Lusofonia.

Referências

BARTHES, Roland. A Câmara Clara : nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In Obras Escolhidas I: magia e técnica, arte e política. São Paulo: Editora Brasiliense, 2012.

CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. Lisboa: Editora Dom Quixote,1972.

CRARY, Jonathan. Técnicas do Observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2012.

DANTO, Arthur. Após o fim da arte. A arte contemporânea e os limites da história. Traducao: Saulo Krieger. São Paulo: Odysseus Editora, 2006.

DELEUZE, Gilles. A Lógica do Sentido. Perspectiva, São Paulo,1969.

DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992

DELEUZE, Gilles. ¿ Que és un dispositivo? In: Michel Foucault, Filósofo. Barcelona: Gedisa, 1990.

DELEUZE, Gilles. & Guattari, F. O Anti-Édipo: Capitalismo e Esquisofrenia 1. Assírio e Alvim, Lisboa, 1972.

DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo:Editora 34, 1998.

DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico. Campinas: Papirus, 1994.

FLUSSER, Vilém. Filosofia da Caixa Preta: ensaios para uma filosofia da fotografia. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

GIL, Isabel Capeloa. Literacia Visual. Estudos sobre a inquietude das imagens, Lisboa: Edições 70, 2011.

LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 2 ed. Porto Alegre: Sulinas, 2004.

MARTINS, Moisés de Lemos. Prefácio. A circum-navegação de atmosferas e paisagens tecnológicas (p.p 11-18) in Pires, H. eds. Cibercultura, circum-navegações em redes transculturais de conhecimento. Braga: Edições Humus, 2017.

MARTINS, Moisés de Lemos. Crise no Castelo da Cultura: das estrelas para os ecrãs. Gracio Editora, 2011.

MARTINS, Moisés de Lemos. O Que Podem as Imagens: trajecto do uno ao múltiplo. (pp.129-135). In MARTINS, Moisés de Lemos. Eds. Imagem e Pensamento. Braga: Edições Humus, 2017.

MERLEAU-PONTY, Maurice. O visível e o invisível. Perspectiva, São Paulo,1984.

RANCIÉRE, Jacques. Aistheses: scenes from the aisthetic regime of art . Londres: Verso Books, 2018.

RANCIÉRE, Jacques. A Partilha do Sensível. São Paulo: Editora 34, 2009.

RANCIÉRE, Jacques. O Expectador Emancipado. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2014.

Downloads

Publicado

20-12-2021

Como Citar

Azevedo da Trindade, E. C., & Augusto Silva Lopes, F. . (2021). Cidades Invisíveis:: apropriação e (in)visibilidade nas fotografias de Mishka Henner. Revista Eco-Pós, 24(3), 35–54. https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i3.27753