Mulheres Indígenas em Comunicação

Resistência Interseccional na luta pelo Território-Corpo-Espírito

Autores

  • Lorena Cruz Esteves Universidade Federal do Pará
  • Danila Cal Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i3.28361

Palavras-chave:

Resistência Interseccional, Mulheres indígenas, Acampamento Terra Livre

Resumo

Este artigo propõe a compreensão dos sentidos produzidos por mulheres indígenas, com relação aos seus processos de resistência, frente à crise humanitária, agravada com as crises política e sanitária, entre 2019 a 2022. Compõe  o corpus da pesquisa cinco lives do Acampamento Terra Livre (ATL), além da rodadas de diálogo realizadas com quatro mulheres indígenas que participaram do ATL. As lentes de análise foram: o Feminismo Decolonial; a Interseccionalidade e a Teoria Decolonial; Epistemologias não hegemônicas que lançam luz; Críticas e modos outros de compreender os fenômenos sociais. A metodologia propõe: desengajamento epistemológico e o reconhecimento de outros saberes subalternizados. Conclui-se que os processos de resistência dessas mulheres são inerentemente interseccionais e estão no âmbito de um movimento declaradamente decolonial, em defesa do sagrado Território-Corpo-Espírito.

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Biografia do Autor

Lorena Cruz Esteves, Universidade Federal do Pará

Mestranda em Ciência da Comunicação pelo Programa de Pós-graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia, da UFPA.

Danila Cal, Universidade Federal do Pará

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com pós-doutorado em Comunicação (UFMG). É Professora da Faculdade de Comunicação e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia da UFPA e uma das líderes do Grupo de Pesquisa Comunicação e Política na Amazônia (Compoa). Coordenou o GT Comunicação e Política da Compós, em 2017 e 2018, e foi vice-presidente da Compolítica (2017-2019). Conquistou o Prêmio de Teses Eduardo Peñuela – 2015 da Compós e menção honrosa no Prêmio Compolítica de Teses (2013-2014). É autora de “Comunicação e Trabalho Infantil Doméstico: política, poder, resistências” (Edufba, 2016) e organizadora, juntamente com Rosaly Brito, de "Comunicação, Gênero e Trabalho Doméstico: das reiterações coloniais à invenção de outros possíveis" (CRV, 2020).

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Publicado

19-12-2024

Como Citar

Esteves, L. C., & Gentil Cal, D. (2024). Mulheres Indígenas em Comunicação: Resistência Interseccional na luta pelo Território-Corpo-Espírito. Revista Eco-Pós, 27(3), 67–91. https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i3.28361