Porto Maravilha dos residenciais e das grandes corporações - Discursos de um prometido “legado olímpico”
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v22i3.27413Resumo
Este trabalho investiga a produção de sentidos do Porto Maravilha na cobertura do jornal O Globo, do Rio de Janeiro. Sob a perspectiva teórico-metodológica de Eni Orlandi (1999), analisamos reportagens, veiculadas entre 2010 e 2014, que produziram “efeitos de verdade” sobre a “revitalização” como o “caminho único” para tornar a zona portuária um lugar cobiçado por moradores da classe média e corporações transnacionais. Encontramos nessas regularidades discursivas evidências de um trabalho de memória da degradação e do passado histórico da região que acaba por estimular a especulação imobiliária. Discursos que se mostram atravessados pelos interesses da parceria público-privada que viabilizou o Porto Maravilha, tomado como um legado dos Jogos Olímpicos de 2016. Mas esse argumento se revelou uma “armadilha” discursiva. No que tange à ocupação da área por moradores da classe média e pelas corporações transnacionais, o que seria legado ainda é promessa.Downloads
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