A escuta opositora de canções brasileiras: Negociando sentidos entre performances e versões

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DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i1.27477

Resumo

A partir do conceito de olhar opositor de bell hooks e de leitura negociada em Stuart Hall, este artigo reflete sobre versões de canções brasileiras em que as ouvintes e intérpretes subvertem sentidos ao contestar discursos, masculinos em sua maioria, marcados pelo sexismo, pela heteronormatividade, pelo racismo, pelo classismo, entre outras formas de opressão, presentes na música popular; discutindo, especialmente, o samba. Compreendendo o samba como forma afro-brasileira marcada por histórias de resistência, as versões contestadoras que destacamos não pretendem anular a versão de base, mas propõem uma negociação – política, musical – com os sentidos dominantes ou preferenciais.

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Biografia do Autor

Lucianna Furtado, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (PPGCOM-UFMG) e mestre pela mesma instituição. Integrante do Coragem - Grupo de Pesquisa em Comunicação, Raça e Gênero; e do Escutas - Grupo de Pesquisa e Estudos em Sonoridades, Comunicação, Textualidades e Sociabilidade. Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Laura Guimarães Corrêa, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG, com vínculo à linha Processos Comunicativos e Práticas Sociais. Integra a diretoria do Centro Internacional de Semiótica e Comunicação (CISECO) e coordena o Grupo de Pesquisa em Comunicação, Raça e Gênero (Coragem).

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Publicado

08-08-2020

Como Citar

Furtado, L., & Guimarães Corrêa, L. (2020). A escuta opositora de canções brasileiras: Negociando sentidos entre performances e versões. Revista Eco-Pós, 23(1), 114–139. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i1.27477