Sobrevidas repetidas das imagens: Os gifs como séries, atrações e extensões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i1.10144

Resumo

Esse trabalho visa refletir o gif como um fenômeno visual do contemporâneo. Ao mesmo tempo muito rotineiro nas redes, os gifs animados remontam ao cinema de atrações, a experiência fotográfica serial e ao cinema expandido, aqui pensado como estendido em uma visada mcluhaniana. Nessas três dimensões os gifs se relacionam aos experimentos de Muybridge e Marey, as repetições que vão dos filmes gráficos e experimentais dos anos 20 ao cinema estruturalista. Também passeiam por imagens que ganham sobrevidas em filmes narrativos pela simples transformação de um plano emblemático para quem cria ou descontextualiza - a exemplo da famosa inserção do personagem Vincent Vega de John Travolta em “Pulp Fiction” passeando ou rodando por outras imagens que lembram o vídeo. O gif nesse sentido cria sobrevidas à imagem como o atual cinema de arquivo. A repetição ou loop se tornam ferramentas de um filme que gira sobre si próprio e possibilitam novos (micro)cinemas, sobrevidas repetições imagéticas.

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Biografia do Autor

Wilson Oliveira da Silva Filho, UNESA/Professor pesquisador UFRJ/Pós-doutorando

Professor e Pesquisador Universidade Estácio de Sá.  Pós-doutorando ECO/UFRJ

André Souza Parente, UFRJ

Professor e Pesquisador ECO/UFRJ

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Publicado

09-07-2018

Como Citar

da Silva Filho, W. O., & Parente, A. S. (2018). Sobrevidas repetidas das imagens: Os gifs como séries, atrações e extensões. Revista Eco-Pós, 21(1), 294–312. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i1.10144

Edição

Seção

Perspectivas