REVISTA ECO-PÓS - CHAMADA DE ARTIGOS (CFP)

19-12-2022
- Dossiê "O livro hoje: leitura e diversidade" (v. 27, n. 2, setembro/outubro de 2024)

Os estudos do livro abarcam diversas áreas do conhecimento e têm como objetos inúmeros gêneros e múltiplas materialidades. Nas últimas décadas, surgiram novos formatos e suportes, como o livro digital e o audiolivro, que provocaram mudanças nas práticas da leitura, ampliando os gestos do olhar e do corpo leitor. São bem-vindos ao dossiê trabalhos, em perspectiva interdisciplinar, que abordem a história do livro, da leitura e da literatura e apresentem transformações e contiguidades, incluindo aspectos sociais e materiais, uma vez que o livro pode ser visto para além de sua faceta cultural, alcançando importância simbólica e social.

O dossiê “O livro hoje: leitura e diversidade” reunirá artigos decorrentes da pesquisa sobre: história da leitura e da produção editorial no Brasil, em diversas épocas e em distintos espaços; diferentes gêneros literários; projetos de estímulo à leitura no Brasil; etnografias de leitores das distintas regiões; materialidades do livro – digital ou papel – e suas recepções; mapeamentos de editoras no país, por região, estado ou cidade, que possibilitem análises micro e macro do mercado editorial na atualidade; investigações sobre o papel das mulheres no campo da edição, no país e no exterior, incluindo perspectivas comparadas. Em um cenário de tantos desafios, este dossiê é um espaço privilegiado para a reflexão e o diálogo.
Chamada de artigos (CFP) - O livro hoje: leitura e diversidade
Prazo de submissão: até 15 de maio de 2024
Estimativa de publicação: v. 27, n. 2, setembro/outubro de 2024
Editoras convidadas: Ana Elisa Ribeiro (CEFET-MG) e Isabel Travancas (UFRJ)

  - Dossiê "Deslocamentos epistêmicos em Comunicação: saberes em (des)construção" (v. 27, n. 3, dezembro de 2024)

O dossiê reunirá trabalhos que discutem deslocamentos epistêmicos advindos também de deslocamentos espaciais e políticos na Comunicação. Busca-se trazer visibilidade ao pensamento periférico, negro, indígena e LGBTQIAP+ para a construção de outros saberes e novos pressupostos, sobretudo a partir de perspectivas críticas e do tensionamento dos modos legitimados de produção de conhecimento. O dossiê, então, tem o objetivo de apresentar grupo de estudos e pesquisadores que propõem o debate aprofundado sobre diversidade de metodologias, conceitos e premissas epistemológicas, apresentando, assim, outros caminhos para a produção científica no campo comunicacional e oferecendo, sobretudo, desvios e transgressões necessárias para o alcance de resultados diferenciados e contracoloniais. Ao conhecer a produção de conhecimento a partir de outra ordem, discutiremos as possibilidades de transformação das cosmopercepções em torno do saber científico.

Nesse sentido, o dossiê busca reunir trabalhos que reflitam (mas não somente), sobre:

  • A potência da Escrevivência como método para a Comunicação;
  • Práticas metodológicas a partir de epistemologias de terreiro;
  • O valor científico da experiência e outros modos de pensar a produção de conhecimento;
  • O debate fora do Ocidente e outras cosmopercepções possíveis nos estudos comunicacionais;
  • Epistemologias trans e travestis para perspectivas teóricas em Comunicação;
  • Saberes indígenas, povos originários e conhecimentos ancestrais;
  • A encruzilhada e Exu como ponto de partida político-conceitual para pesquisas em Comunicação;
  • Outras e novas perspectivas filosóficas em diálogo com pressupostos comunicacionais;
  • Pensamento afrodiaspórico e os saberes em trânsito;
  • Aplicações e atravessamentos metodológicos a partir de interseccionalidade;
  • A periferia, a favela, o gueto e os conhecimentos que sobrevivem à invisibilização;
  • Perfis, trajetórias, histórias de vida invisibilizadas e seus possíveis impactos para estudos em Comunicação;
  • A potência criativa das produções epistemológicas da margem ao centro;
  • Afrofabulações como transgressão nas imagens, nos textos e nas performances contemporâneas;
  • Arte, Comunicação e narrativas contracoloniais;
  • Tecnologias da Comunicação e redimensionamentos de estéticas e saberes ancestrais;
  • Memória e oralidade nas tensões com cânones comunicacionais; Corpo, ativismos e redefinição de conceitos no campo da Comunicação;

Chamada de artigos (CFP) - Deslocamentos epistêmicos em Comunicação: saberes em (des)construção
Prazo de submissão: até 15 de julho de 2024
Estimativa de publicação: v. 27, n. 3, dezembro de 2024
Editoras convidadas: Fernanda Carrera (ECO/UFRJ), Ana Lúcia Nunes (NUTES/UFRJ) e Elane Abreu (IISCA/UFCA)

 

- Dossiê "Alfabetização Midiática: por uma sociedade mais inclusiva e sustentável" (v. 28, n. 1, maio/junho de 2025)

Narrativas emocionais e a verdade descolada dos fatos e sustentada mais em crenças e experiências pessoais do que no mundo real histórico revelam uma crise do jornalismo na vida pública no atual ecossistema informativo. A propagação de informações falsas afeta a mediação e a autoridade dos meios tradicionais de comunicação, mitiga a liberdade de imprensa e a confiança nas instituições, favorece regimes extremistas e torna nebuloso o discernimento dos problemas sociais do Brasil e do mundo. Porém, as fake news são apenas uma instância do fenômeno da desinformação, atreladas a outras formas de distorção de informação, aos mecanismos de inteligência artificial (algoritmos e robôs), ao poder das plataformas (Google, Facebook, entre outras) e o uso de aplicativos (como o WhatsApp, por exemplo). E a desinformação não é o único desafio da sociedade contemporânea. O aumento da pobreza e da desigualdade social, a precarização da saúde pública e do trabalho; as catástrofes, o colapso ecológico acentuado pela crise climática e a extinção da biodiversidade; as ondas nacionalistas e de autoritarismo, o terrorismo e as armas nucleares; a cultura do ódio, a concentração de poder de sistemas cibernéticos e a vigilância de dados pessoais ameaçam a população mundial e a democracia em todo o planeta. Mas a boa informação não é suficiente para combater a desinformação e os problemas sociais e ambientais locais e globais.

A distinção entre a boa e a má informação requer oferta de recursos para ampliar a compreensão dos acontecimentos mediante a interpretação. Habilidades para interpretar notícias são relevantes para lidar com a desordem informacional. As mídias sociais e as tecnologias digitais podem ser apropriadas tanto para promover uma sociedade mais justa e igualitária quanto para intensificar a cultura do ódio e a polarização. A Media Literacy, reconhecida como alfabetização ou letramento midiático no Brasil, e a News Literacy, um subcampo deste saber, contribuem para alargar o entendimento da experiência cotidiana, desobstruir preconceitos, desvelar ideologias imbricadas em representações, averiguar a confiabilidade das notícias e promover a diversidade cultural e políticas de proteção dos direitos humanos, mas não são uma solução para os problemas sociais e ambientais. A alfabetização midiática deve ser compreendida como um conjunto de pensamentos e usos críticos e criativos coletivos da mídia, direcionados ao bem estar social, que transcende as competências individuais e promove uma sociedade mais sustentável e solidária. Esta edição da revista Eco-Pós abre espaço para o letramento midiático como reflexão teórica e prática social com diferentes cores e sotaques capazes de colaborar para o agenciamento cívico de comunidades marginalizadas, a inclusão social, o reconhecimento das diferenças, o enfrentamento da crise climática e um projeto de futuro para a humanidade.

Prazo de submissão: até 15 de março de 2025
Estimativa de publicação: v. 28, n. 1, maio/junho de 2025
Editoras convidadas: Beatriz Becker (ECO/UFRJ) e Claudia Thomé (UFJF)