A Simbologia de Marielle Franco nas guerras culturais do Brasil polarizado: uma análise discursiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i2.27694

Palavras-chave:

Desinformação, Polarização política, Marielle Franco, Análise de discurso, Guerras culturais

Resumo

O assassinato de Marielle Franco ganhou centralidade nos debates políticos no Brasil a ponto de a vereadora ser alvo constante de campanhas desinformativas após sua morte. Neste artigo, exploramos a razão de Marielle ter se transformado em um símbolo que incomoda tanto determinado espectro político brasileiro, a partir da análise de discurso. Analisamos os movimentos interdiscursivos de um corpus composto por 38 discursos proferidos pela ex-vereadora na Câmara Legislativa do Rio de Janeiro entre os anos de 2017 e 2018 e 36 textos de notícias falsas divulgadas nas redes sociais após a sua morte. Além de entendermos que, para o campo discursivo rival, a imagem de Marielle se transformou em uma metonímia da própria esquerda, concluímos que, ao questionar o abuso e violência policial nas favelas, o discurso da vereadora tensionava o esquema discursivo binário do conservadorismo punitivo. A sua morte pelas mãos de ex-policiais era uma narrativa que, por ameaçar tal coerência discursiva, foi recontada através de fake news. 

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Biografia do Autor

Priscila Muniz de Medeiros, Universidade Federal de Alagoas

Professora adjunta do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com período sanduiche na Université Paris IV (Sorbonne), onde estudou Análise de Discurso. Mestre também pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPE. Possui graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela UFPE (2009). Trabalhou como repórter multimídia do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (Recife-PE). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Análise do Discurso Midiático, Comunicação Digital, e Comunicação Ambiental. Atualmente, pesquisa questões relacionadas a discursos sobre meio ambiente, ciência e saúde nas mídias digitais. 

Natália Martins Flores, Universidade Estadual de Campinas

Jornalista de ciência, doutora em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisadora colaboradora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp. Desenvolve pesquisas na área de Divulgação Científica e Jornalismo Científico, avaliando a construção de discursos midiáticos sobre ciência e o engajamento de comunidades acadêmicas em práticas de comunicação de ciência. Foi professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM, na linha de pesquisa de Mídia e Estratégias Comunicacionais, e professora do curso de jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Realizou estágio doutoral (PDSE/Capes) na Université Sorbonne Paris IV onde estudou práticas discursivas de cientistas blogueiros. Atualmente, é gerente de conteúdo da Agência Bori (www.abori.com.br).

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Publicado

30-11-2021

Como Citar

Medeiros, P., & Flores, N. (2021). A Simbologia de Marielle Franco nas guerras culturais do Brasil polarizado: uma análise discursiva. Revista Eco-Pós, 24(2), 64–89. https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i2.27694