Mulher, Negra e Repórter: atravessamentos entre gênero, raça, subjetividade e telejornalismo na trajetória de Glória Maria.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27620

Resumo

A proposta deste artigo é discutir a relação entre feminismo e democracia a partir da observação de como transformações nas práticas convencionais do jornalismo deixam ver um cenário mais amplo de mudanças estruturais em nossas organizações sociais e políticas. A partir da observação da trajetória de Glória Maria como repórter, buscamos acessar atravessamentos entre subjetividade, jornalismo, raça e gênero. Argumentamos que a noção de objetividade jornalística opera como modo de regulação de expressões subjetivas a partir de uma articulação de sentido entre corpos convencionados como sóbrios, discretos e os valores de credibilidade e autoridade a eles confiados.

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Biografia do Autor

Valéria Maria Vilas Bôas, Universidade Federal de Sergipe

Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe. Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela UFBA. É pesquisadora associada do Centro de Pesquisa Estudos Culturais e Transformações na Comunicação/TRACC-UFBA.

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Publicado

24-12-2020

Como Citar

Vilas Bôas, V. M. (2020). Mulher, Negra e Repórter: atravessamentos entre gênero, raça, subjetividade e telejornalismo na trajetória de Glória Maria. Revista Eco-Pós, 23(3), 165–184. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i3.27620