A Fala Flutuante
Considerações sobre o uso da voz em Família Rodante de Pablo Trapero
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27843Palavras-chave:
trilha sonora, voz no cinema, cinema argentinoResumo
A voz tem sido um dos assuntos centrais nos estudos do som no cinema, sobretudo a partir da década de 1980, quando teóricos passaram a olhar – e ouvir – o que os corpos nas telas, e fora delas, dizem. Essa voz, no entanto, tende a ser ouvida enquanto palavra que significa e não necessariamente como elemento sonoro. Neste sentido, o presente artigo busca outras formas de presença sonora da voz, por meio da análise do filme Família Rodante (2004), de Pablo Trapero, no qual as falas dos personagens oscilam entre a construção de suas subjetividades e a formação de seu entorno. A partir de tais achados, propõem-se o termo fala flutuante para esta voz que possui uma relevância narrativa para além da semântica e que perpassa diferentes camadas de significados, de posições e de escutas.
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