Fantasmagoria Maquínica

Mídia e memória no design sonoro dos jogos digitais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27819

Palavras-chave:

Ecologia das mídias, Memória audiovisual, Jogos digitais, Desenho sonoro, Ruídos

Resumo

Ao longo do desenvolvimento histórico de novas tecnologias, os ruídos operativos e não-intencionais de cada meio foram sendo absorvidos como parte dos repertórios estéticos dos meios audiovisuais. Na medida em que a eletricidade tornou-se um condutor cotidiano de energia, a sonoridade das falhas elétricas passou a coabitar o parque sonoro de rangidos e colisões que compunham o milieu mecânico. No design sonoro contemporâneo, os estalidos elétricos e os sons de motores coexistem com uma vazão de novos ruídos proporcionados pelas tecnoestéticas digitais. Neste artigo, a partir do caso dos jogos digitais, propomos pensar estes fantasmas da memória das mídias como processos de criação, contrapondo um entendimento dominante da memória audiovisual enquanto apenas um acervo a ser preenchido.

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Biografia do Autor

Eduardo Harry Luersen, Zukunftskolleg, Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Konstanz

Pesquisador de Pós-Doutorado do Zukunftskolleg, Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Konstanz, vinculado ao Departamento de Estudos de Literatura, Artes e Mídia na mesma instituição. Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, designer gráfico pela Universidade Federal de Pelotas e músico experimental.

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Publicado

21-06-2022

Como Citar

Luersen, E. H. (2022). Fantasmagoria Maquínica: Mídia e memória no design sonoro dos jogos digitais. Revista Eco-Pós, 25(1), 223–248. https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27819