A morte branca do feiticeiro negro
sobrevivências possíveis de um testemunho liminar
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecops.v25i2.27789Palavras-chave:
Escravidão, Imagem-arquivo, Sobrevivência, TestemunhoResumo
O texto elabora uma reflexão crítica acerca do documentário A morte branca do feiticeiro negro (2020), de Rodrigo Ribeiro, buscando evidenciar a potência testemunhal de uma carta de suicídio escrita em 1861 por um homem negro escravizado. A escritura fílmica confere a esse documento a força de um grito que faz ecoar a dor, o sofrimento, o dizer e o rosto dos negros escravizados. Silenciados pela aniquilação da memória de sua existência e da dignidade que os tornam humanos e enlutáveis, a narrativa nos oferece a chance de produzir uma resposta à enunciação da violência pelos “sem nome” da história. A sobrevivência das palavras registradas nesse documento histórico reabre as chagas mais profundas da história secular do genocídio do povo negro no Brasil.
Downloads
Referências
ADORNO, T. W. Minima Moralia. Madrid: Akal, 2004.
BARRENTO, J. Limiares sobre Walter Benjamin. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2013.
BATISTA, L. E. & ESCUDER, M. M. L. & PEREIRA, J. C. R. A cor da morte. Rev. Saúde Pública, v. 38, nº 5, 2004, p. 630-636.
BENJAMIN, W. Origine du drame baroque allemand. Paris: Flammarion, 1985.
BENJAMIN, W. Passagens. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009..
BENJAMIN, W. Sur le concept d’histoire” [1940]. In Œuvres, III, Paris: Gallimard, 2000.
BLANCHOT, M. L’écriture du désastre. Paris: Gallimard, 1980.
BHABHA, H. El lugar de la cultura. Buenos Aires: Manantial, 2002.
CHION, M. Audio-Vision. New York: C. U. Press, 1990.
CALDERÓN, A. S. Los bordes de la representation. In Theory Now, v.3, n.1, 2020, p. 30-49.
COSTA, J. F. Poesia africana de língua portuguesa. In Cronópios, Literatura e Arte no Plural, São Paulo: Bitnick Comunicação Online Ltda. 2006.
DE CERTEAU, M. La escritura de la historia. México: Un. Iberoamericana, 1993.
DERRIDA, J. Demorar, Maurice Blanchot. Florianópolis: Ed. UFSC, 2015.
DERRIDA, J. Poetics and politics of witnessing. In CLARK, M. P. (ed.). Revenge of the aesthetic. Los Angeles: Un. of California Press, 2000, p. 180-205.
DERRIDA, J. Schibboleth. Para Paul Celan. Madrid: Ed. Nacional, 2003.
DIDI-HUBERMAN, G. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Ed. 34, 1998.
DIDI-HUBERMAN, G. Sair da escuridão. Belo Horizonte: Ed. Chão da Feira. 2021.
FOUCAULT, M. A vida dos homens infames. In. MOTTA, M. B. (org.). Ditos e Escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
FOUCAULT, M. De espaços outros., vol.27, n.79, 2013, pp.113-122.
GAGNEBIN, J.-M. Limiar, aura e rememoração. São Paulo: Ed. 34, 2014.
GORBACH, F. & RUFER, M. (In)disciplinar la investigación. México: Siglo XXI Editores, 2016.
HARTMAN, S. Lose your mother. New York: Farrar, Straus, and Giroux, 2007.
HARTMAN, S. Vênus em dois atos. In Eco-Pós, v. 23, nº 3, 2020, p. 12-33.
LEITE, C. A. C. Há 135 anos, nascia “O Mestre Sala dos Mares”. In Portal Geledés. 2015.
MBEMBE, A. El poder del archivo y sus límites. In: Orbis Tertius, v. 25, nº 31, 2020, p. 1-7.
O’CALLAGHAN, C. Perceiving the Locations of Sounds. 2007.
RANCIÈRE, J. La scène révolutionnaire et l’ouvrier émancipé (1830-1848). Tumultes, n.20, 2003, p. 49-72.
RANCIÈRE, J. La pensée des bords. Critique, n.881, 2020, p. 828-840.
RIBEIRO, R. Por uma fantasmagoria negra experimental. 2020. Disponível em: https://bityli.com/lYOsc
VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás. Salvador: Corrupio, 2002.
VILELA, E. Dans le silence d’un corps. Revue Lignes, nº 26, 2008, p. 100-119.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ricardo Lessa Filho, Ângela Cristina Salgueiro Marques, Frederico Vieira
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.
Você tem o direito de:
- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.
O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.
Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.