Redes Feministas:

a potência insurgente das hashtags #ChegadeFiuFiu, #PrimeiroAssédio e #EleNão

Autores

  • Geovana Cleni Pagel Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP
  • Christine Pires Nelson de Mello

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i2.27597

Palavras-chave:

Feminismos, Redes sociais, Ativismo digital, Hashtags, Comunicação

Resumo

As redes sociais apresentam fluxos intensos de novas mediações com os feminismos contemporâneos, permitindo a ressignificação da mulher como multidão, como rede e como agenciadora da sociedade. Este artigo tem como objetivo defender o conceito de redes feministas, cuja formação confunde-se com o germinar da quarta onda feminista e revela uma complexa teia de mobilização tecida de afetos via meios de comunicação digitais, diversidade de feminismos, adoção da interseccionalidade e organização em forma de coletivos e ONGs. Redes feministas são as ações e conexões em rede que atuam no agenciamento coletivo da multidão e transformam a pluralidade dos sentidos de ser mulher no século XXI. Queremos entender como as redes feministas podem mobilizar indivíduos e grupos de mulheres, transitando entre os ambientes on-line e off-line (rede e rua), por meio da análise de 20 postagens contendo as hashtags das campanhas #ChegadeFiuFiu (2013) e #PrimeiroAssédio (2015), ambas da ONG Think Olga, e do movimento #EleNão (2018) no Twitter. A intenção é identificar as diferenças e diálogos estabelecidos entre as campanhas e observar mudanças no plano das experiências nas redes sociais, investigando o papel crescente da internet em contextos de comunicação e mobilização social. Para falar dos conceitos de rede e multidão, o estudo é fundamentado em autores como Manuel Castells, Antonio Negri e Michael Hardt.

Palavras-chave: Feminismos; Redes sociais; Ativismo digital; Hashtags; Comunicação.

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Biografia do Autor

Geovana Cleni Pagel, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP

Jornalista multimídia e pesquisadora com mais de 20 anos de experiência. Trabalhou em veículos como IstoÉ Dinheiro, Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA), TV Educativa de Porto Alegre (TVE/RS), TV Unisinos e Jornal NH. Participou de coberturas nacionais e internacionais e ganhou seis prêmios de jornalismo. É mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. 

Christine Pires Nelson de Mello

Christine Mello é crítica, curadora, pesquisadora e professora em Comunicação e Arte. Seu campo de trabalho abrange as intersecções entre arte e práticas midiáticas, destacando experiências interligadas entre múltiplas plataformas, comunidades e linguagens. Autora e organizadora de Extremidades: experimentos críticos - redes audiovisuais, cinema, performance, arte contemporânea (Estação das Letras e Cores, 2017), é autora também de Extremidades do vídeo (Senac, 2008) e coautora de Tékhne (MAB, 2010). Pós-doutora em Artes pelo Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), é doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, sendo Bacharel pela PUC-SP em Comunicação Social, Jornalismo.

Referências

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Publicado

30-11-2021

Como Citar

Pagel, G. C., & Nelson de Mello, C. P. (2021). Redes Feministas:: a potência insurgente das hashtags #ChegadeFiuFiu, #PrimeiroAssédio e #EleNão. Revista Eco-Pós, 24(2), 587–626. https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i2.27597

Edição

Seção

Perspectivas