Por Um Cinema Geológico: visibilidades possíveis para os tempos da Terra

Autores

  • Lúcia Ramos Monteiro Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i2.27533

Resumo

Este artigo estabelece as bases do que seria o "cinema geológico". Formulado no estudo de realizações recentes no âmbito do cinema independente e sem objetivar a definição de um movimento estético estruturado, o conceito descreve, antes, as uma modalidade de olhar para um conjunto de filmes com características comuns. No cinema geológico, dinâmicas envolvendo a geosfera, a litosfera e a atmosfera, situadas no fundo da imagem, disputam, na duração dilatada de alguns planos e, em certos casos, dos próprios filmes, a atenção do espectador. Desse modo, as tramas narrativas protagonizadas por personagens, inscritos enquanto figuras no primeiro plano, tornam-se secundárias. Aqui, essas questões serão estudadas no cotejo com alguns filmes do realizador chinês Jia Zhang-ke.

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Biografia do Autor

Lúcia Ramos Monteiro, Universidade Federal Fluminense

Professora adjunta no curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense

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Publicado

21-11-2020

Como Citar

Monteiro, L. R. (2020). Por Um Cinema Geológico: visibilidades possíveis para os tempos da Terra. Revista Eco-Pós, 23(2), 163–187. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i2.27533