Da película ao digital:

trajeto das imagens encarnadas de Terra encantada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i1.28113

Palavras-chave:

arquivo, filme Terra encantada, galeria Rio Cinético, mídia, montagem

Resumo

O artigo discute os percursos do filme Terra Encantada (1923) desde seu ressurgimento, no final dos anos 1960, até chegada no acervo da cinemateca do Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, em 1985 e, finalmente, a retomada em obras audiovisuais recentes. Discute a transformação do estatuto do filme que passa a ser reconhecido como documento e permeável a novas possibilidades de narrativa e de historicidade. Argumenta a renovação em obras diversas depende do gesto de arquivamento que preserva e apaga o próprio processo de produção. A proposta é reconstituir traços deste apagamento e das operações que permitiram o deslocamento das imagens do filme por diferentes mídias. Os caminhos de Terra Encantada - de o surgimento até a retomada de fragmentos nos curtas de 1970 e, recentemente, da galeria Rio Cinético - experiência das imagens ligada ao deslocamento por suportes temporais e diversas.

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Biografia do Autor

Andréa França Martins, Programa de Pós Graduação em Comunicação da PUC-Rio

Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio. Pesquisadora do CNPq.

Patricia Machado, PUC-Rio

Professora e pesquisadora do PPGCOM da PUC-Rio

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Publicado

09-06-2024

Como Citar

França Martins, A., & Machado, P. (2024). Da película ao digital: : trajeto das imagens encarnadas de Terra encantada. Revista Eco-Pós, 27(1), 95–120. https://doi.org/10.29146/eco-ps.v27i1.28113