Quando a música fala pela personagem
o uso de canções românticas diegéticas em três filmes brasileiros contemporâneos
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27833Palavras-chave:
canção popular, amor romântico, trilha musicalResumo
Há uma tendência no cinema brasileiro contemporâneo de filmes românticos em que a música popular brasileira tem protagonismo e é o eixo da trama, costurando o desenrolar da narrativa. É o caso dos três filmes que serão analisados neste artigo: Paraíso Perdido (2018), de Monique Gardenberg; Todas as Canções de Amor (2018), de Joana Mariani e Música para Morrer de Amor (2019), de Rafael Gomes. Levando em consideração que a canção popular tem um texto poético associado a si, o objetivo é analisar o uso dessas canções amorosas como sub-roteiro de filmes brasileiros contemporâneos, ajudando a contar a história de amor dos pares amorosos e a revelar traços das suas personalidades. Observaremos como nos três filmes há uma crise entre o desejo pelo amor romântico (explicitado pelas músicas) e o amor contemporâneo, marcado pela fluidez, independência e descrença no casamento.
Downloads
Referências
AMARAL, Carolina. O espaço-tempo da comédia romântica. Tese de Doutorado. Orientador: Maurício de Bragança e Coorientador: Celestino Deleyto. UFF, Niterói, 2018.
BALTAR, Mariana. Realidade Lacrimosa. O melodramático no documentário brasileiro contemporâneo. Niterói: EDUFF, 2019.
CARRASCO, Ney. Trilha musical: música e articulação fílmica. 1993. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, USP, São Paulo.
CARVALHO, Márcia. A canção popular na história do cinema brasileiro. Tese de doutorado. Campinas: MULTIMEIOS, IA-UNICAMP, 2009
CHION, Michel. Audio-vision: SoundonScreen. New York: Columbia University Press, 1994.
CHION, Michel. The Audio-Logo-Visual and the Sound of Languages in Recent Film. In: GORBMAN, Claudia. RICHARDSON, John, VERNALLIS, Carol. The Oxford Handbook of New Audiovisual Aesthetics. Oxford University Press, 2013.
COSTA, Fernando Morais da. O som no cinema brasileiro. Rio de Janeiro: 7 letras, 2008.
DELEYTO, Celestino. The secret life of romantic comedy. Manchester and New York: Manchester University Press, 2009.
DENORA, Tia. Music in everydaylife. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
GONÇALVES, Susana Maria Dias. Nova MPB no centro do mapa das mediações: a totalidade de um processo de interação comunicacional, cultural e político. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Recife: 2014.
GORBMAN, Claudia. O canto amador. In: COSTA, Fernando Morais, SÀ, Simone Pereira. Som + Imagem. Rio de Janeiro: & Letras, 2012, p. 23-41
GORBMAN, Claudia. “Professor Emeritus” [website]. Universityof Washington Tacoma, 2014. Disponível em: https://directory.tacoma.uw.edu/employee/gorbman. Acessoem: 3 abr. 2019.
HUBBERT, Julie. “The compilation soundtrack from the 1960s to the present”. In: NEUMEYER, David. (org.). The Oxford Handbook of film music.New York: Oxford University Press, 2013, p. 291-318.
ILOUZ, Eva. O amor nos tempos do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
ILOUZ, Eva. Consumingtheromantic utopia. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1997.
KALINAK, Kathryn. Film music: a very short introduction. New York: Oxford University Press, 2010.
LAING, Heather. Emotion by Numbers: Music, Song and the Musical. In: MARSHALL, Bill (org.). Musicals: Hollywood and Beyond. Portland: Intellect, 2000.
MORETTIN, Eduardo. Sonoridades do cinema dito silencioso: filmes cantantes, história e música.Significação. São Paulo: USP, 2009, n. 31. p. 149-163.
NAPOLITANO, Marcos. A música popular brasileira (MPB) dos anos 70: resistência política e consumo cultural. In: Actasdel IV CongresoLatinoamericano de laAsociación Internacional para elEstudio de la Música Popular.Cidade do México, 2002.
NAPOLITANO, Marcos. MPB: a trilha sonora da abertura política (1975/1982). Estudos Avançados, nº 24 (69), 2010, p. 389-402.
PEREIRA, Simone Luci. “¿Qué bolero?” – Questões sobre narrativas, escutas, migrações, identidades. In: TUPINAMBÀ DE ULHÔA, Martha, PEREIRA, Simone Luci (org.). Canção romântica: intimidade, mediação e identidade na América Latina. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2016, p. 145-169.
PEREIRA, Simone Luci. Matrizes e mediações das canções românticas na América Latina. In: TUPINAMBÀ DE ULHÔA, Martha, PEREIRA, Simone Luci (org.). Canção romântica: intimidade, mediação e identidade na América Latina. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2016, p. 25-46.
SEMÁN, Pablo. Prefácio: Mediaciones y habilitacionesenlainterpretacióndel género musical romântico. In: TUPINAMBÀ DE ULHÔA, Martha, PEREIRA, Simone Luci (org.). Canção romântica: intimidade, mediação e identidade na América Latina. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2016, p. 07-18
SPATARO, Carolina. “Esacancióncuenta mi historia de amor: mujeres, música romántica y procesamiento social de las emociones”. In: TUPINAMBÀ DE ULHÔA, Martha, PEREIRA, Simone Luci (org.). Canção romântica: intimidade, mediação e identidade na América Latina.Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2016, p. 71-94.
SUZUKI, Camila Manami. A Representação da Mulher na Obra de Alice Guy-Blaché. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal Fluminense, UFF, Niterói: 2016.
ULHÔA, Martha. Ele canta lindamente as dores e os amores: Gestualidade musical nas canções de Roberto Carlos. In: TUPINAMBÀ DE ULHÔA, Martha, PEREIRA, Simone Luci (org.). Canção romântica: intimidade, mediação e identidade na América Latina. Rio de Janeiro: Letra e Imagem, 2016, p. 119-143
VIEIRA, João Luiz. A chanchada e o cinema carioca. In: RAMOS, Fernão (org.). História do cinema brasileiro. São Paulo: Círculo do livro, 1987.
WILLIAMS, Alan. Historical and Theoretical Issues in the Coming of Recorded Sound to the Cinema. In: ALTMAN, Rick (org.). Sound Theory, Sound Practice. New York/London: Routledge, 1992, p. 126-137.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Eco-Pós

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.