Desequilíbrio Ecológico das Imagens
A importância das imagens oníricas para os processos de resiliência
DOI:
https://doi.org/10.29146/ecops.v25i1.27739Palavras-chave:
imagem, sonho, resiliência, sociedade midiática, iconofagiaResumo
Considerando o cenário atual da relação do ser humano com a imagem, sua natureza simbólica e suas dimensões endógena e exógena, refletimos no presente artigo sobre novos desdobramentos do fenômeno da iconofagia. Pensando o papel da imagem nos processos imaginários, o sonho é espaço de vivência das imagens endógenas. Levamos em conta a importância do trabalho com os sonhos para a saúde geral do indivíduo e da coletividade, como apontado por C. G. Jung e consideramos sua importância para a criação de estratégias de resiliência a partir dos moldes propostos por B. Cyrulnik. Adicionamos dados da neurociência que mostram a decodificação de imagens oníricas, o estabelecimento de diálogos com sonhadores durante o sono REM e a identificação de neurônios que respondem de maneira exclusiva a determinadas imagens visuais. O objetivo é propor uma reflexão crítica levando em conta o potencial das imagens simbólicas e os riscos da possível intervenção ideológica e econômica dos sonhos.
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