Redes de deboche e excesso. Práticas performáticas no pós-pornô da América Latina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i1.27574

Resumo

Este artigo traz considerações sobre o movimento pós-pornográfico na América Latina, entendendo este campo como redes políticas que se estruturam a partir de performances não apenas nas obras, mas também em atuações cotidianas, como no uso de redes sociais. Tais redes acionam e agenciam disputas e discursos basilares das pautas feministas e queer e colocam em cena, a partir do uso estético do deboche e do excesso, deslocamentos estético-políticos autorreflexivos e contra hegemônicos das convenções heterocisnormativas e raciais que tradicionalmente atravessam o campo da pornografia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mariana Baltar, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Comunicação pela UFF (2007), onde desenvolveu a tese "Realidade Lacrimosa - diálogos entre o universo do documentário e a imaginação melodramática". É professora da graduação em Cinema e Audiovisual da UFF onde desenvolve temas vinculados às políticas de gênero e sexualidade, bem como à dimensão do afeto e do excesso como estratégicas estéticas e matrizes culturais para dar conta do lugar do corpo, das sensações e emoções no contexto da cultura audiovisual contemporânea. É bolsista de produtividade do Cnpq (Pq 2) e professora e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Cinema e Audiovisual (PPGCine) da UFF e coordenadora do Nex ? Núcleo de Estudos do Excesso nas Narrativas Audiovisuais.

Érica Ramos Sarmet, PPGMPA - Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais - USP

É roteirista, diretora e pesquisadora de cinema e audiovisual. Doutoranda em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP com apoio da FAPESP, é Mestre em Comunicação (UFF) e Bacharel em Estudos de Mídia (UFF). Sua pesquisa de mestrado realizada com apoio da bolsa FAPERJ Nota 10 resultou na dissertação "Sin porno no hay posporno: corpo, excesso e ambivalência na América Latina" (2015), Menção Honrosa no Prêmio Compós de Teses e Dissertações 2016.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands: the new mestiza = La Frontera. 2a edição. São Francisco: Aunt Lute Books, 1999.

BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.

BALTAR, Mariana (org). E pornô, tem pornô? A Panorama of Brazilian Porn. Milão, Mimesis Internacional, 2018.

_____________. De mulher para mulher: o campo do pornográfico para deleite dos femininos. In HOLANDA, Karla. Mulheres de cinema. Rio de Janeiro, Numa Editora, 2019.

_____________. Corpos, pornificações e prazeres partilhados. In. Imagofagia – Revista de la Asociación Argentina de Estudios de Cine y Audiovisual, n. 18, pag. 564 – 588, 2018.

BALTAR, Mariana.; SARMET, Érica. La fulminante: deboche, excesso e gênero no pós-pornô da América Latina. In. ArtCultura. , v.17, p.109 - 124, 2016.

BOURCIER, Marie-Hélène/Sam. Post-pornographie. In: DI FOLCO, Philippe. Dictionnaire de la pornographie, Paris, Presses Universitaires de France, 2005, p. 378-380.

BRAGANÇA, Mauricio. Sexo e raça na virgem mestiça - Imagens guadalupanas e feminismo chicano. Caligrama, v. 2, n. 2, p. 1–11, 2006.

______________. Corpo, imagem e registro colonial no Corazón Sangrante de Astrid Hadad. Revista Estudos Feministas, v. 19, n. 2, p. 403–419, 201

BRYAN-WILSON, Julia. Envolvida. História da arte feminista e passados afetivos. In. Caderno Sesc_Videobrasil, 11. Alianças de corpos vulneráveis: feminismos, ativismo bicha e cultura visual. Curadoria Miguel A. López. São Paulo, Edições Sesc, 2015.

CASTILLO, Alejandra. “Anestesias de lo visual”: hacia un cortocircuito de la representación de lo femenino. Entrevista para Arte y Crítica, 2012. Disponível em http://www.arteycritica.org/entrevistas/anestesias-de-lo-visual-hacia-un-cortocircuito-de-la- representacion-de-lo-femenino-conversacion-con-alejandra-castillo/

CASTRO-GÓMEZ, S. Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da “invenção do outro”. In: LANDER, Edgardo (org). A Colonialidade do Saber - Eurocentrismo e Ciências Sociais - Perspectivas Latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Colección Sur Sur, CLACSO, 2005.

CAVALERO, Lucía; CASTELLI, Rosario. Un posporno situado. 2012. Disponível em http://muestraposporno.wordpress.com/

DE LAURETIS, Teresa. Alice Doesn’t: Feminism, Semiotics, Cinema. London and Basingstoke: The Macmillan Press, 1984.

FABIÃO, Eleonora. Performance e teatro: poéticas e políticas da cena contemporânea. In. Sala Preta, v. 8, p. 235-246, 28 nov. 2008. DOI:https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v8i0p235-246.

_____________. Definir performance é um falso problema. Entrevista concedida a Fábio Freire [09 de julho, 2009]. Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/definir-performance-e-um-falso-problema-1.281367> Acesso em 16/07/2017.

GELADO, Viviana. Poéticas da transgressão: vanguarda e cultura popular nos anos 20 na América Latina. Rio de Janeiro: 7Letras, 2006.

GIUNTA, Andrea. Feminismo y arte latinoamericano. Historias de artistas que emanciparon el cuerpo. Buenos Aires, Siglo Veintiuno editores, 2019.

hooks, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. RJ, Rosa dos tempos, 2018.

MILANO, Laura. Usina Posporno: disidencia sexual, arte y autogestión en la pospornografia. 1a ed. ed.Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Título, 2014.

MULVEY, Laura; ROGERS, Anna Backman. Feminisms: Diversity, Difference, and Multiplicity in Contemporary Film Cultures. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2015.

PAASONEN, Susanna. Carnal Resonance - Affect and Online Pornography. 1a. ed. MIT Press, 2011.

PRECIADO, Paul B. Manifesto Contrassexual. Práticas subversivas de identidade sexual. São Paulo, n-1 edições, 2014.

SABO, Anne G. After Pornified. How women are transforming pornography and why it really matters. Zero Books, 2012

SARMET, Érica Ramos. Pornografia da vulnerabilidade: estratégias feministas de subversão da normatividade pornográfica. In. Imagofagia. n. 18, pag. 545-563, 2018.

_______________. Sin porno no hay posporno: corpo, excesso e ambivalência na América Latina Dissertação (Mestrado) – PPGCOM/UFF, 2015.

SCHECHNER, Richard. Performance Studies. An introduction. 2a edição. NY and London, Routledge, 2006.

STÜTTGEN, Tim. Post/Porn/Politics. Queer_feminist Perspective on the Politcs of Porn Performance and Sex-Work as Cultural Production. B_Books, Berlim, 2009.

TAYLOR, Diana. O Arquivo e o repertório. Performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2013.

WILLIAMS, Linda. Hard Core - Power, Pleasure and the “Frenzy of the Visible.” Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1989

Downloads

Publicado

14-09-2021

Como Citar

Baltar, M., & Sarmet, Érica R. (2021). Redes de deboche e excesso. Práticas performáticas no pós-pornô da América Latina. Revista Eco-Pós, 24(1), 75–97. https://doi.org/10.29146/ecopos.v24i1.27574