Os paradoxos da Comunicação ante o Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i2.27530

Resumo

O Antropoceno define a presente época da história geológica da Terra, na qual a superfície terrestre foi transformada pela ação humana. O termo também sugere uma convergência entre a história natural do planeta e a história social da humanidade. Inseridas nesse novo cenário, a Comunicação e as suas tecnologias se veem diante de complexos paradoxos. Ora essas tecnologias atuam na construção de uma consciência ecológica planetária, ao inaugurar novas possibilidades comunicativas, ampliando narrativas e articulando redes de identificação e solidariedade, ora elas intensificam a devastação do planeta por meio dos processos de produção, funcionamento e descarte de dispositivos midiáticos, cujo aspecto material não pode ser ignorado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dayana K. Melo da Silva, Universidade de São Paulo

Doutora em Sociologia pela Université Sorbonne Paris Cité, mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas pela UFPB, com estágio Procad de mobilidade acadêmica na UFRJ, e graduada em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo, pela UFPB. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado na ECA-USP.

Carlos Eduardo Souza Aguiar, Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação

Doutor em Sociologia pela Université Sorbonne Paris Cité, mestre em Ciências da Comunicação pela USP, especialista em Ciências da Religião pela PUC-SP e graduado em Filosofia e em Comunicação Social pela USP. É professor dos cursos de comunicação social e filosofia da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom).

Referências

BAUMAN, Z. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BEAU, R.; LARRÈRE, C. (Org.). Penser l’Anthropocène. Paris: Les Presses Sciences Po ; Fondation de l’écologie politique, 2018.

BERGSON, H. L’évolution créatrice. Paris: Puf, 2007.

BONNEUIL, C.; FRESSOZ, J.-B. L’événement Anthropocène : La Terre, l’histoire et nous. Paris Genève: Le Seuil, 2013.

BRATTON, B. H. The stack: on software and sovereignty. Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 2015.

CASTELLS, M. Networks of outrage and hope: social movements in the Internet Age. Cambridge, UK ; Malden, MA: Polity Press, 2012.

CASTELLS, M. The Internet Galaxy: reflections on the internet, business, and society. Oxford: Oxford Univ. Press, 2003.

CHAKRABARTY, D. The Climate of History: Four Theses. Critical Inquiry, v. 35, n. 2, p. 197-222, 2009.

CRUTZEN, P. J. Geology of mankind. Nature, v. 415, n. 6867, p. 23-23, 2002.

CRUTZEN, P. J.; STOERMER, E. F. The “Anthropocene”. Global Change Newsletter, n. 41, p. 17-18, 2000.

CRUTZEN, P. J.; STEFFEN, W. How long have we been in the Anthropocene era?. Climatic Change, v. 61, n. 3, p. 251-257, 2003.

DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. DE. L’arrêt de monde. In: HACHE, É. (Org.). De l’univers clos au monde infini. Paris: Dehors, 2014. p. 221-339.

FOURIER, C. Détérioration matérielle de la planète. EcoRev’, v. 44, n. 1, p. 4-8, 2017.

FRESSOZ, J.-B. Eugène Huzar et l’invention du catastrophisme technologique. Romantisme, v. 150, n. 4, p. 97-103, 2010.

FULLER, M. Media ecologies: materialist energies in art and technoculture. Cambridge, Mass.: MIT Press, 2005.

HARAWAY, D. Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: Making Kin. Environmental Humanities, v. 6, n. 2015, p. 159-165, 2015.

HEIDEGGER, M. A questão da técnica. scientiæ studia, v. 5, n. 3, p. 375-98, 2007.

HEIDEGGER, M. Sérénité. Questions III et IV. Paris: Gallimard, 1968.

JONAS, H. Une éthique pour la nature. Paris: Flammarion, 2017.

LATOUR, B. Face à Gaïa. Paris: La Découverte, 2015.

LATOUR, B. L’Anthropocène et la destruction de l’image du Globe. In: HACHE, É. (Org.). De l’univers clos au monde infini. Paris: Dehors, 2014. p. 27-54.

LEWIS, S. L.; MASLIN, M. A. Defining the Anthropocene. Nature, v. 519, n. 7542, p. 171-180, 2015.

LORIUS, C.; CARPENTIER, L. Voyage dans l’anthropocène : cette nouvelle ère dont nous sommes. Arles: Actes Sud, 2010.

MCLUHAN, M. Education in the electronic age. Interchange, v. 1, n. 4, p. 1-12, 1 dez. 1970.

MEYROWITZ, J. No sense of place: the impact of electronic media on social behavior. New York: Oxford University Press, 1985.

MOORE, J. W. (Org.). Anthropocene or capitalocene? nature, history, and the crisis of capitalism. Oakland, CA: PM Press, 2016.

OLIVEIRA, L. de; BENITES, T.; NETO, R. de O. Sacrifício e quase-acontecimento: apontamentos sobre a visibilidade da luta pela terra dos povos indígenas Guarani e Kaiowa. Cadernos de História, v. 17, n. 26, p. 114-142, 2016.

OLLITRAULT, S. De la caméra à la pétition-web : le répertoire médiatique des écologistes. Réseaux, n. 98, p. 153-185, 1999.

PARIKKA, J. A geology of media. Minneapolis ; London: University of Minnesota Press, 2015a.

PARIKKA, J. The anthrobscene. Minneapolis: Univ. of Minnesota Press, 2015b.

PETERS, J. D. The marvelous clouds: toward a philosophy of elemental media. Chicago ; London: the University of Chicago Press, 2015.

SCHÉRER, R. L’écosophie de Charles Fourier: deux textes inédits. Paris: Anthropos, 2001.

SILVA, D. M. da. Mouvements-réseau : les interconnexions entre technologie, environnement et vie sociale dans l’espace urbain. Sociétés, v. 3, n. 145, p. 75-84, 2019.

SILVA, A. de S. E. From cyber to hybrid: mobile technologies as interfaces of hybrid spaces. Space and Culture, v. 9, n. 3, p. 261–278, 2006.

SLOTERDIJK, P. The Anthropocene : A Process-State on the Edge of Geohistory. In: KLINGAN, K.; SEPAHVAND, A.; ROSOL, C.; SCHERER, B. M. (Org.). Textures of The Anthropocene: Grain Vapor Ray. Cambridge, Mass: MIT Press, 2015.

STEFFEN, W. et al. The Anthropocene: conceptual and historical perspectives. Philosophical Transactions of the Royal Society of London A, v. 369, n. 1938, p. 842-867, 2011.

STENGERS, I. Au temps des catastrophes. Résister à la barbarie qui vient. Paris: La Découverte, 2009.

VATTIMO, G. A sociedade transparente. Lisboa: Relógio d’Água, 1992.

ZIELINSKI, S. Arqueologia da mídia em busca do tempo remoto das técnicas do ver e do ouvir. São Paulo: Annablume, 2006.

Downloads

Publicado

21-11-2020

Como Citar

Melo da Silva, D. K., & Souza Aguiar, C. E. (2020). Os paradoxos da Comunicação ante o Antropoceno. Revista Eco-Pós, 23(2), 12–32. https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i2.27530