O que são ontologias pós-críticas?
DOI:
https://doi.org/10.29146/eco-pos.v21i2.20492Resumo
Uma questão que alguns dos protagonistas da recente “virada especulativa” na filosofia contemporânea se põem, mas não chegam a responder suficientemente, é: em que sentido podemos dizer que este retorno à filosofia especulativa não implica um retorno à metafísica dogmática? Dito de outro modo: em que sentido podemos dizer que a especulação contemporânea é pós-crítica? Este artigo busca explicitar as condições de resolução deste problema de maneira a delimitar o espaço de possibilidades em que se inscrevem os diversos projetos que compõem esta virada. Faze-lo, no entanto, exige questionar a narrativa dominante a respeito desta, na qual a crítica daquilo que Quentin Meillassoux chamou de “correlacionismo” ocupa um papel central. O que proponho é que a leitura que Meillassoux faz do correlacionismo, usualmente aceita como a explicação mais geral para esta virada, contém vícios de origem que acabam por obscurecer a maneira como a questão já está implicitamente respondida na prática teórica da maioria dos pensadores que dela participam. A partir do modo como estes incorporam a distinção kantiana entre conhecer e pensar, sugiro que há entre correlacionismo e virada especulativa uma continuidade maior do que se costuma imaginar –– o que não é um demérito, mas antes uma qualidade, na medida em que que nos permite afirmar que estes projetos filosóficos efetivamente podem ser descritos em sua maioria como sendo ontologias pós-críticas.
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