Revista Eco-Pós
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Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJEscola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiropt-BRRevista Eco-Pós2175-8689<p> </p> <p>Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização ou reprodução.</p> <p>Você tem o direito de:<br />- Compartilhar — copie e redistribua o material em qualquer meio ou formato.<br />- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer filme, mesmo comercial.</p> <p>O licenciante não pode revogar esses direitos, desde que você respeite os termos da licença.</p> <p>De acordo com os seguintes termos:<br />- Atribuição — Você deve dar o devido crédito, fornecer um link para a licença e indicar se essas alterações foram feitas. Você pode fazê-lo de qualquer maneira razoável, mas não de maneira que sugira que o licenciante endosse ou aprove seu uso.<br />- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos legais ou medidas de natureza tecnológica que restrinjam legalmente outros de fazer algo que a licença permite.</p> <p><span style="font-family: Verdana;"><span style="font-size: small;">Aviso: A licença pode não fornecer todas as permissões necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, como publicidade, privacidade ou direitos morais, podem limitar a maneira como você usa o material.</span></span></p>Apresentação editorial e expediente – “A Imagem Viva: temporalidades e transformações na cultura visual”
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<p>Editorial da Revista Eco-Pós, v. 27, n. 1, 2024 - Dossiê “A Imagem Viva: temporalidades e transformações na cultura visual”</p>Lucas MurariNicholas Andueza
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2024-06-092024-06-0927111010.29146/eco-ps.v27i1.28299Uma fotografia capturada no Rio de Janeiro em junho de 1968 e suas retomadas contemporâneas como construção de um imaginário em disputa
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<p>Neste artigo refletimos as disputas contemporâneas em torno da memória da ditadura militar brasileira (1964-1985) a partir da análise dos diferentes caminhos tomados por uma fotografia. A imagem captada por Evandro Teixeira, em 21 de junho de 1968, marcado como <em>Sexta-feira Sangrenta</em>. Publicada no dia seguinte na capa do <em>Jornal do Brasil</em>, um dos jornais de maior circulação do país, um dos registros fotográficos mais conhecidos desse período da história, continuamente retomada em montagens e materiais gráficos nas redes sociais, em publicações de jornais e revistas, no <em>YouTube</em> e em parte significativa de documentários ou produções independentes sobre a ditadura militar. No exercício de análise e interpretação sobre algumas de suas retomadas mais recentes, indagamos sobre que histórias ela pode revelar e a que disputas dá lugar no contexto de acirramento político vivenciado no país.</p> <p><span style="font-weight: 400;"> </span></p>Luís Henrique LealLudovico Longhi
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2024-06-092024-06-09271114210.29146/eco-ps.v27i1.28018O “monumento nato” do Rio de Janeiro
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28213
<p>Este ensaio visual foca em um dos cartões postais mais famosos do mundo: o Pão de Açúcar, do Rio de Janeiro. Desde os primeiros trabalhos fotográficos sobre as paisagens naturais do Rio no final do século 19 (seguindo as primeiras representações pintadas nos séculos 17 e 18) até representações contemporâneas envolvendo megaeventos, renovação urbana e o marketing da cidade, o Pão de Açúcar percorreu um longo caminho na encenação de monumentos verticais e panorâmicos ao longo do tempo. O ensaio explora visualmente os diversos contextos – favoráveis ou críticos – em que <em>o monumento nato do Rio</em> (assim apelidado pelo famoso arquiteto e urbanista brasileiro Lúcio Costa) possibilitou a encenação do Rio enquanto <em>Cidade Maravilhosa</em>, desde o advento da fotografia moderna junto com a estátua do Cristo Redentor – seu duplo visual vertical.</p> <p><em> </em></p>Jorge De La Barre
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2024-06-092024-06-09271437010.29146/eco-ps.v27i1.28213Helena Ignez diretora
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<p>O presente artigo investiga a obra de Helena Ignez, considerando sua produção na direção cinematográfica e estabelecendo o foco de análise no filme Ralé (2015). Uma das características essenciais na filmografia da cineasta é a apropriação das imagens da Belair Filmes em suas produções contemporâneas, sejam elas de ficção ou de documentário. Em um primeiro momento, o artigo descreve esse gesto apropriativo e o arquivo sobre o qual ele se debruça. Em seguida, expõe as noções de imagem dialética e de sobrevivência, que auxiliam na observação da relação entre imagens de distintas temporalidades. Finalmente, propõe o cotejo entre Ralé e Sem essa, Aranha (1970), evidenciando as imbricações entre apropriação, fragmentação e política no gesto apropriativo de Ignez.</p>Daniela Pereira StrackBruno Bueno Pinto Leites
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2024-06-092024-06-09271719410.29146/eco-ps.v27i1.28075Da película ao digital:
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28113
<p>O artigo discute os percursos do filme <em>Terra Encantada</em> (1923) desde seu ressurgimento, no final dos anos 1960, até chegada no acervo da cinemateca do Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, em 1985 e, finalmente, a retomada em obras audiovisuais recentes. Discute a transformação do estatuto do filme que passa a ser reconhecido como documento e permeável a novas possibilidades de narrativa e de historicidade. Argumenta a renovação em obras diversas depende do gesto de arquivamento que preserva e apaga o próprio processo de produção. A proposta é reconstituir traços deste apagamento e das operações que permitiram o deslocamento das imagens do filme por diferentes mídias. Os caminhos de <em>Terra Encantada</em> - de o surgimento até a retomada de fragmentos nos curtas de 1970 e, recentemente, da galeria Rio Cinético - experiência das imagens ligada ao deslocamento por suportes temporais e diversas.</p>Andréa França MartinsPatricia Machado
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2024-06-092024-06-092719512010.29146/eco-ps.v27i1.28113Do Spectrum ao Speculum
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28300
<p>Este ensaio busca mostrar que <em>La Jetée</em>, de Chris Marker, não é um filme de imagens estáticas, mas de imagens projetadas, cuja realização é uma montagem que o próprio filme descreve. <em>La Jetée</em> é a projeção de um momento singular em que o personagem principal já viu sua própria morte. A partir daí, desenvolverei duas noções. Por um lado, a imagem fantasma, ou o espectro, como lugar de observação que permite ver sem ser visto. Essa imagem não é vista, mas ela nos vê, nos observa, nos espia. Por outro lado, o tempo contrafactual, um tempo possível ou paralelo, no intervalo dos instantes presentes, que nunca esteve presente como tal, mas que cada momento contém virtualmente ou de forma fantasmal.</p>Serge Margel
Copyright (c) 2024 Serge Margel
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2024-06-092024-06-0927112114610.29146/eco-ps.v27i1.28300Engrenagens Contrariadas
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<p>Desde seu surgimento, a imagem técnica, em particular, a cinematográfica, distingue-se das demais formas de representação que eclodem no espírito do capitalismo industrial. De tal maneira que as mesmas câmeras que possibilitaram a construção da linguagem cinematográfica estiveram ligadas historicamente às tecnologias de controle e vigilância dos trabalhadores na fábrica, como podemos observar no célebre fragmento dos irmãos Lumière. Atualmente, o corpo da imagem técnica é atravessado por paradigmas de computação como as <em>redes neurais artificiais</em>, cruciais para compreendermos as táticas de renovação da vigilância. Este ensaio argumenta que o Cinema, enquanto dispositivo capaz de desprogramar o algoritmo, pode manter relações de caráter crítico e contestador com a realidade atual, capaz, a um só tempo, de resistir à axiomática publicitária e reiterar a multiplicidade do real.</p>Luís FloresBernardo Oliveira
Copyright (c) 2024 Luís Flores, Bernardo Oliveira
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2024-06-092024-06-0927114716710.29146/eco-ps.v27i1.28049Ciborgue das Trincheiras
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<p>O ensaio propõe discutir a mediação técnica por meio de dispositivos móveis, em particular celulares, e seu impacto na comunicação de jovens militares dentro das trincheiras da guerra na Ucrânia. Tal mediação por smartphones e novas mídias formam um contexto ímpar para pensar a auto exposição a partir de um cenário de vigilância já distópico, porém agravado pelas condições de sobrevivência. Explora-se a oposição humano/tecnológico, incluindo críticas à objetividade científica e, assim, introduz o conceito de ciborgue conforme Haraway (2016). Destaca-se a contribuição crítica Haraway aos imaginários sociotécnicos que buscam se opor às dicotomias e binarismos que predominam na epistemologia ocidental. O ensaio propõe uma nova ontologia humana que abarque as contradições próprias do ser humano, em contraposição aos purismos do renascimento cristão e demais promessas da civilização moderna.</p>Giullia ThomazYasmin Curzi
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2024-06-092024-06-0927116818410.29146/eco-ps.v27i1.28164“Fique comigo”
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<p>Este ensaio discute o testemunho midiático na contemporaneidade, com foco no modo como esse tipo de testemunho revela formas de produção e reconhecimento do sofrimento nas redes digitais. Para tanto, parte-se da análise de um caso exemplar: uma transmissão ao vivo pelo <em>Facebook</em> do assassinato de um homem negro pela polícia, ocorrido nos Estados Unidos, em 2016. O texto explora três aspectos: 1) o contexto de produção do sofrimento social, relacionando-o ao racismo que ampara e atravessa a violência policial; 2) a remissão a outras imagens cuja existência se vincula à transmissão ao vivo analisada; e 3) as singularidades éticas e estéticas da imagem testemunhal. Conclui-se que há uma ampliação da noção de testemunha através de uma forma narrativa e audiovisualizada do registro do sofrimento.</p> <p><span style="font-weight: 400;"> </span></p>Marlon Santa Maria Dias
Copyright (c) 2024 Marlon Santa Maria Dias
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2024-06-092024-06-0927118520910.29146/eco-ps.v27i1.28086Olhares Dóceis Perante o Instagramável
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28163
<p>Observando a relevância do Instagram na cultura visual contemporânea a partir das contribuições de Tim Wu (2012) e Lev Manovich (2017), este texto propõe explorar o <em>instagramável</em> como uma maneira de qualificar o mundo para além da própria plataforma que o originou, uma vez que é possível constatar seu potencial para promover a constituição de um <em>olhar dócil</em>, termo esse que foi proposto por Giselle Beiguelman em sua recente obra Políticas da Imagem (2021).</p> <p><em><span style="font-weight: 400;"> </span></em></p>Wagner Souza e SilvaAna Roberta Vieira de Alcântara
Copyright (c) 2024 Wagner Souza e Silva, Ana Roberta
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2024-06-092024-06-0927121022510.29146/eco-ps.v27i1.28163As Potencialidades comunicacionais das imagens técnicas através da mediação digital
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28111
<p>Este artigo busca explorar as características, as implicações e os desafios das imagens técnicas como forma de comunicação e expressão no digital. Imagens técnicas, segundo Flusser (2002), são imagens fabricadas a partir de textos científicos e técnicas cujo significado é projetado, são produzidas por aparelhos. Pretende-se explorar como as mediações digitais podem criar formas de expressão e interação que são geradas ou alteradas pela técnica, pela utilização de filtros ou programas de edição. Por meio de revisão bibliográfica a partir de Flusser (2011, 2010, 2002, 1994), Deleuze (2017, 2000, 1999) entre outros, pretende-se mostrar como a linguagem tecnoimagética pode ampliar as possibilidades de diálogo e interação entre os indivíduos e os grupos sociais, alterando o processo de significação e comunicação, contribuindo assim para os estudos comunicacionais na contemporaneidade.</p> <p><em> </em></p>Rodrigo Malcolm de Barros MoonMaria Cristina Gobbi
Copyright (c) 2024 Rodrigo Malcolm de Barros Moon, Maria Cristina Gobbi
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2024-06-092024-06-0927122624910.29146/eco-ps.v27i1.28111Ensaiar a revolta e a liberdade
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28305
<p>A partir da obra <em>Decolonizar o Museu: Programa de Desordem Absoluta</em>, de Françoise Vergès (2023), esta resenha busca conectar os principais argumentos, críticas e problemas que a autora identifica acerca do <em>museu universal</em>. A exemplo do Louvre, na França, Vergès questiona as estruturas fundantes por trás desse modelo institucional de sucesso, que espetaculariza a arte e neutraliza o passado colonial-imperialista marcado por violência, confiscos e latrocínios aos povos colonizados. Por ostentar acervos <em>roubados</em> sem qualquer revisionismo ou reparação, tais museus apenas atualizam o racismo estrutural e as desigualdades sociais. Para tanto, noções como <em>desordem</em>, <em>vida como ensaio</em> e <em>pós-museu</em> são evocadas para que possamos imaginar estratégias de desarticulação dessas configurações coloniais de poder.</p>Luciana Barbosa Rubens Takamine
Copyright (c) 2024 Luciana Barbosa , Rubens Takamine
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2024-06-092024-06-0927147448610.29146/eco-ps.v27i1.28305Coleção, performance e tecnologia para pensar memória e cinema com Wilson Oliveira Filho
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28207
<p>Resenha do livro <em>Cinema (ao vivo) e memória: coleção, performance e tecnologia</em>, de Wilson Oliveira Filho. Nessa obra, o autor aborda formas diversas do cinema para além da sala escura e reivindica o lugar dessa arte que remixa, desde os primórdios, outras artes.</p>Eduardo Miranda Silva
Copyright (c) 2024 Eduardo Miranda Silva
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2024-06-092024-06-0927148749710.29146/eco-ps.v27i1.28207Um teatro de espectros sem nome
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28306
<p>A presente resenha aborda a obra <em>Arqueologias do fantasma: técnica, cinema, etnografia, arquivo</em> (2017), de Serge Margel. Resultado de sete conferências ministradas no Brasil, entre 2015 e 2016, o livro oferece uma profunda reflexão sobre a transição da <em>sociedade do espetáculo</em> para a <em>sociedade espectral</em>. Organizado em três seções, o livro explora a espectralização das relações sociais, onde os sujeitos se tornam meros objetos de um discurso desprovido de subjetividade. Nesse contexto, a obra de Margel oferece uma análise crucial sobre o papel da teoria crítica em um contexto social marcado pela espectralização.</p>Gabriel Martins da Silva Mateus Sanches Duarte
Copyright (c) 2024 Gabriel Martins da Silva , Mateus Sanches Duarte
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2024-06-092024-06-0927149850810.29146/eco-ps.v27i1.28306A telenovela brasileira
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28185
<p>Nesta resenha, visitamos o livro <em>A telenovela e o futuro da televisão brasileira</em> (2023) em que a cineasta, escritora, diretora e produtora cinematográfica estadunidense, radicada no Brasil, Rosane Svartman aborda como a televisão brasileira e, em especial, a telenovela se transformam, resistem, negociam, sobrevivem e aderem à chegada das plataformas digitais de vídeo sob demanda e às mudanças que esse novo contexto de consumo impele aos espectadores.</p>Claudinei Lopes Junior
Copyright (c) 2024 Claudinei Lopes Junior
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2024-06-092024-06-0927150951910.29146/eco-ps.v27i1.28185Portfólio Aline Motta - Travessias: no tempo, nos corpos, nas imagens
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28303
<p>Portfólio do dossiê “A Imagem Viva: temporalidades e transformações na cultura visual”.<br>Revista Eco-Pós, volume 27, número 1, 2024.</p> <p>Arte gráfica: Pedro Giongo</p>Lucas MurariNicholas Andueza
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2024-06-092024-06-09271Infonegócios endofascistas
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28196
<p>O artigo reúne as principais razões sociopolíticas para a regulamentação das plataformas digitais no Brasil. No arco das relações entre Big Techs e proliferação social de discursos neofascistas, o recorte empírico da argumentação implica plataformas e applications de relacionamento, participação e divulgação de conteúdo (como YouTube, Facebook, X, Instagram, WhatsApp, Telegram etc.), infestados por grupos, partidos e extenso séquito de extrema direita. Neste ensaio a principal tese reconhece que a abertura das redes sociais a todos os tipos de supremacismo justifica o keynesianismo cibercultural como espécie de antídoto ao neoliberalismo algorítmico. A injunção recobra o ponto crucial da argumentação: o deslocamento estratégico da questão do conteúdo para a problemática da função macroestrutural dos veículos digitais na dinâmica do social. Esse reescalonamento, por sua vez, aclara a significação dos infonegócios endofascistas, condicionadores de quaisquer apropriações e usos sociais, inclusos os de insuflação ao ódio político.</p>Eugênio Trivinho
Copyright (c) 2024 Eugênio Trivinho
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2024-06-092024-06-0927131132910.29146/eco-ps.v27i1.28196A desinformação em meio à crise do capitalismo e à configuração de uma nova estrutura de mediação social
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28045
<p>O texto discute a desinformação como um fenômeno associado às disputas em torno da informação, que ganha particularidades relacionadas à atual crise do capitalismo e à emergência das plataformas digitais como agentes centrais da nova estrutura de mediação social. A partir da perspectiva teórico-metodológica da Economia Política da Comunicação (EPC), critica visões deterministas e apresenta a desinformação como uma estratégia utilizada neste contexto de crise de legitimação social do capitalismo e de mudanças nas comunicações, com a datificação e a plataformização. Em diálogo com a literatura, destaca elementos centrais para a relação entre plataformas e desinformação: i) uso de dados; ii) centralidade da publicidade; iii) circulação mediada de conteúdos; e iv) autogovernação.</p>Helena Martins do Rêgo Barreto
Copyright (c) 2024 Helena Martins do Rêgo Barreto
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2024-06-092024-06-0927133035210.29146/eco-ps.v27i1.28045Inimigo à esquerda
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28035
<p>O presente artigo demonstra como o passado autoritário brasileiro, em particular as duas décadas de regime militar (1964 – 1985), ecoa no presente e fomenta o crescimento da extrema-direita no país. Investiga as estratégias digitais das correntes políticas mais conservadoras e duas de suas principais influências: o projeto Orvil e a obra do autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho. Além disso, faz um diagnóstico da modulação brasileira da <em>guerra cultural </em>importada dos EUA, com foco na midiatização da Lei Rouanet como estratégia da extrema-direita para desacreditar a classe artística e desqualificar sua crítica, um expediente capitaneado por parlamentares conservadores que se utilizam da retórica do ódio nas redes sociais digitais<em>.</em></p> <p><em> </em></p>Camilla MachuyMarco SchneiderPriscila Seixas
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2024-06-092024-06-0927135337710.29146/eco-ps.v27i1.28035 Universidades públicas na mira bolsonarista
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28033
<p>O artigo analisa resultados de pesquisas sobre percepção pública sobre o papel das universidades públicas brasileiras no enfrentamento da pandemia de Covid-19. Diante de um contexto de crise sanitária e social, marcado por um governo que assumiu um discurso negacionista e impôs desmontes às políticas públicas, como às áreas da educação superior e pesquisa científica, os estudos indicaram elevado desconhecimento da população sobre a atuação das universidades públicas, lócus central da produção de conhecimento no país. Por meio da análise de levantamentos nacionais de opinião pública, grupos focais e redes sociais digitais, busca-se investigar a percepção pública sobre o papel das universidades na sociedade e as narrativas que emergiram no período pandêmico, conformando redes de propagação de negacionismo e ataques difamatórios às universidades públicas.</p>Jade PercassiVanessa Moreira SigoloPedro Fiori ArantesMaurício MouraDebora FoguelSoraya Soubhi SmailiAdemar Arthur Chioro dos Reis
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2024-06-092024-06-0927137840510.29146/eco-ps.v27i1.28033Credibilidade jornalística em debate
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28054
<p>A circulação de conteúdos falsos, com o objetivo de enganar a população e manipular a opinião pública, não é a única estratégia do modelo comunicacional desinformador. A erosão da confiabilidade de instituições tradicionais do saber – seja científico, histórico ou mesmo oriundo do jornalismo – deve ser encarada também como arma relevante para desinformar. Neste artigo, a partir da revisão bibliográfica e documental, pretende-se contribuir para as discussões teóricas sobre o acionamento da credibilidade jornalística em um patamar de desinformação. Defende-se que tal atributo é ora valorizado, ora corroído de maneiras sistematizadas e intencionais, como parte de uma estratégia comunicacional desinformadora abarcada pela pós-verdade. Como resultados, elencam-se duas estratégias desinformadoras nas quais a credibilidade jornalística é tratada de forma antagônica – como característica dissimulada ou como qualidade instituída e desejada.</p>Liliane Ito
Copyright (c) 2024 LilianeIto Ito
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2024-06-092024-06-0927140642710.29146/eco-ps.v27i1.28054Noticiabilidade do Desacontecimento na imprensa contemporânea
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28116
<p>Este artigo investiga, por método exploratório, a noticiabilidade do desacontecimento na imprensa contemporânea, a saber: a cobertura de fatos não-marcados pelos tradicionais critérios noticiosos nos jornais <em>O Estado de S. Paulo</em> e <em>Folha de S. Paulo</em>, no período de 2015 a 2020. Interessa mapear a presença de tal matriz nos veículos hegemônicos paulistas, a partir de uma análise textual orientada pelos parâmetros definidores do desacontecimento, de modo a refletir sobre as lacunas e potencialidades de sua manifestação nas editorias informativas. Evidencia-se, por visualização de dados, o destaque dos cadernos Metrópole/Cotidiano, Aliás e Internacional/Mundo na abordagem sobre a cotidianidade de resistências de sujeitos ordinários, e pondera-se sobre o aproveitamento subestimado do escopo na narrativa de assuntos culturais.</p> <p><em><span style="font-weight: 400;"> </span></em></p>Tayane Aidar Abib
Copyright (c) 2024 Tayane Aidar Abib
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2024-06-092024-06-0927142845410.29146/eco-ps.v27i1.28116Máquinas que transformam a lógica
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28304
<p>Tomando como ponto de partida o modelo do Perceptron, descrito por Frank Rosenblatt em 1957, o artigo apresenta uma breve história do desenvolvimento das redes neurais de indução estatística, forma hegemônica da dita “inteligência artificial” computacional atual, diferenciando-as das tentativas malsucedidas de automação da dedução simbólica. O autor enfatiza que a operação das redes neurais não corresponde a nenhuma definição exaustiva de inteligência, limitando-se à inferência estatística de certos conjuntos de dados de treinamento. Por fim, ele aponta que as formas de automação da indução estatística são parte de um processo mais amplo de automação do trabalho de modo geral.</p>Matteo Pasquinelli
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2024-06-092024-06-0927145547310.29146/eco-ps.v27i1.28304Máquinas, visualidades, relações - da inteligência artificial à artificialidade da inteligência
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28301
<p>Nesta entrevista com a pesquisadora, artista e professora livre-docente Giselle Beiguelman (FAU-USP), são abordadas questões latentes disparadas pelas recentes tecnologias de Inteligência Artificial. Como pano de fundo das discussões, está o livro <em>Políticas da Imagem: vigilância e resistência na dadosfera </em>(2021), da própria entrevistada. São tratados temas como os processos artísticos e suas possibilidades frente às novas tecnologias, o debate ético (mas também estético) em torno dos <em>deepfakes</em>, a integração entre as visualidades e a política na contemporaneidade, a noção de preservação digital frente às mudanças tecnológicas e a viabilidade de se construir relações de aprendizado mútuo com as máquinas.</p>Lucas MurariNicholas AnduezaPaula Cardoso
Copyright (c) 2024 Lucas Murari, Nicholas Andueza, Paula Cardoso
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2024-06-092024-06-0927125027610.29146/eco-ps.v27i1.28301Charles Burnett revisa a L.A. Rebellion
https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/28302
<p>Entrevista com o cineasta Charles Burnett realizada em Nova York em dezembro de 2018. Expoente da L.A. Rebellion, geração de cineastas negros renovadora do cinema independente americano nos anos 1970 e 1980, Burnett discorre a fundo sobre as nuances entre realidade e representação no cerne do seu cinema. Comenta as dinâmicas de colorismo nos EUA e a curiosa relação entre a temporalidade cotidiana das comunidades negras e a mise en scène de seus filmes. Revela ainda um sentimento de relativo fracasso com o legado da L.A. Rebellion e revisita suas críticas à Blaxploitation, fenômeno do cinema negro de gênero produzido em Hollywood nos anos 1970. </p>Rodrigo Sombra
Copyright (c) 2024 Rodrigo Sombra
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2024-06-092024-06-0927127731010.29146/eco-ps.v27i1.28302